Lá Márfia | SIMORAYA

Um pouco do passado

Narradora

Janja ainda guardava todo aquele rancor por mais que tentasse não fazer isso. A proteção que sempre teve por Simone foi inabalável, e desde que vivenciou aquele sofrimento ao lado da irmã... não pode voltar a amar a mãe outra vez.

Fairte era vista por ela como um alguém comum, qual ela não sentiria remorso, medo ou arrependimento se caso a matasse.

Janja sempre julgou a violência, maldade e falta de piedade por parte de Simone. E por mais que não gostasse, havia se tornado tudo que criticava na irmã. Os três irmãos eram abomináveis, porém não só eles... toda aquela família.

Ronaldo pelas ações abusivas...

Seu amigo morreu no fim de semana... Ah, eu o matei. - comentou o irmão mais velho ao jogar as fotos do corpo sobre a mesa, enquanto Simone tomava café da manhã. - Significa, que eu quebrei uma das suas regras.

Simone o olhou furiosa, mas estava muito vulnerável pra confrontar o irmão.

- E eu ainda não posso ser morto... - ele sorriu, segurando o maxilar da irmã com força em seguida. Forçando-a olhá-lo. - Eu tirei tudo de você.

Simone pela rebeldia, violência, frieza...

-Não pode se esconder de mim, Rosângela.

a morena caminhava irada pelos corredores, tentando encontrar a irmã mais nova,  aumentando ainda mais o medo e a adrenalina de Janja.

-Nem pode correr. - ela mencionou vitoriosa, ao ouvir os passos mais rápidos da irmã, que com o pé baleado tentava escapar praticamente se arrastando pelos corredores parcialmente escuros.

Rosângela, pela isenção da culpa, julgamento, inveja...

-lEu nunca tive compreensão, acompanhamento ou uma família normal. - a morena encarou a irmã bastarda do outro lado do cômodo. - Mas você teve... Você teve tudo, e não é porque é uma boa menina e merece a felicidade. É porquê você roubou a minha.

Tommy pela dureza, falta de empatia durante as discórdias e talvez severo demais...

- Me diga uma coisa Ronaldo... - ele apontou o dedo para o irmão mais velho entre os três. - Você conhece a Simone?

Ele o olhou confuso

- Entre decepções e abusos ela repetidamente se isola com o medo. É claro... ela sente dor ao saber o que todos sabem. - ele se aproximou aos poucos. - Você é doente. Uma criança ridícula que não pode ficar sem supervisão. Eu acho que o maior favor que já fiz a ela ao longo dos anos, foi obrigá-la a deixá-lo.

O homem sorriu de canto enquanto Ronaldo engoliu em seco ao ter a revelação feita em meio aquela situação.

-E olha só... em 6 meses de tormento com você assassinando todos os homens de Nova Orleans, ela chegou a essa conclusão sozinha.

Leila, pela traição...

-Eu não preciso dela agindo como um fantasma me relembrando... apenas tire-a daqui! - ela praticamente gritou.

-Janja, ela não é um fantasma. Isso é real e você precisa parar de agir como adolescente. E está errada sobre ela frequentar nossa casa, fazendo você reviver essa memória...

Janja a olhou com os olhos marejados enquanto Simone tentava ajudar salvar a relação do casal.

-Trair você, é o maior arrependimento dela.

Fairte pela falta de amor...

-Abre a porta! - a mais nova pedia enquanto Fairte se mantinha sentada na sala ao lado. - Mãe, abre a porta.