★Último★

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Narradora

"Quem seria capaz de amar um monstro?"

Muitos questionaram o amor de Soraya no início. A fortuna avaliada no nome dos Tebets chegava a contabilizar bilhões, e ela era tão nova pra guardar um amor tão grande assim, tendo coragem o suficiente para expô-lo ao mundo. Por outro lado, Simone a Magnata era uma figura tão perigosa, como poderia dizer com todas as palavras que a amava? Se revelar esse sentimento poderia causá-la a própria morte?

Nada disso foi empecilho para sua voz profana diante do mundo em confissão. Seu amor era maior.

"- Tudo que você tem que fazer é admitir.

-Você é louca! - Fairte soou em impaciência.

-Sim, Sim! - Simone gritava em desprezo, avançando os passos vagarosamente, levando a própria mãe a recuar. - Eu sou um monstro imoral, sem coração. E é por isso que você trouxe Arthur do fundo do poço pra me matar! Admite!

-Isso não é verdade! - elevou o tom, ainda recuando em passos lentos.

-Você sabe o que fez! Admite! - soou raivosa, em grosseria.

-Não admito! - respondeu.

-VOCÊ ME QUERIA MORTA! - gritou em profanidade, levando Fairte a se arrepiar por completo. - Admita.

-Talvez... - sua voz soou baixa em confissão."

Quem poderia amar um monstro?

Quem poderia amar alguém que em sequência, continuamente se colocava em um pedestal de proteção. Quem poderia amar alguém com aquela insegurança terrível, com aquela violência exuberante?!

"-Eu só sei lidar com a dor retribuindo ela! O mundo não gira sozinho, eu o giro com minhas próprias mãos. - dizia enquanto tinha as mãos ensanguentadas, segurando a faca qual perfurava o peito masculino do homem em seus braços. - Eu sou o próprio Karma."

"- Vocês já conheceram mulheres maus antes. - ele mencionava tendo os braços cruzados e os olhos azuis intensos atentos. - Mas a que vão conhecer hoje, é o Diabo."

"-Se ousar questionar sobre mim outra vez, corto sua língua, coloco-a lá fora e assisto os urubus comerem. - ela sussurrou ao ouvido da menor, enquanto olhava o irmão nos olhos."

Mas havia alguém, havia alguém disposto a amar aquele coração raivoso e podre. Havia alguém disposto a tornar seu mundo preto e branco em uma linda pintura de Picasso. Em uma bela paisagem vivida. Alguém com uma pureza tão notória a persuadiria de uma forma tão pertinente que seria capaz de fazê-la render-se. E essa pessoa sempre foi a pequena loira que vivia no centro de Bogotá após uma desilusão amorosa qual dilacerou seu coração.

Aquele pequeno corpo escultural levava a mafiosa a loucura, a perdição mais pecaminosa e abominável. Ao desejo profundo, libertando em seu interior a devoção mais admirável, o tesão mais insano. Aqueles olhos castanhos a sequestravam do mundo, a tiravam da realidade e a levavam a um mundo só delas. Um lugar belo, tranquilo e seguro que a necessidade de Simone sempre buscou. Aquele coração genuíno e amoroso, mesmo quebrantado, chamava pelo seu afeto, gritava em escândalo pelo seu amor.

"-Você deixa uma trilha de corpos em todo lugar que você pisa! - Janja gritou em euforia."

"-Não faça do meu corpo... mais um da sua trilha."

Soraya era uma santa com lábios de pecadora. Era um anjo com um beijo diabólico. Pessoas eram como velas, que queimam a si mesmo para iluminarem outras pessoas. A pequena loira estava mais que disposta a incendiar-se para dar a Simone a luz que precisava.

E por ela, Simone seria o próprio diabo. Violaria tudo mais sagrado sob o sol, em nome da jovem psicóloga.

"-Carlos Cesar  vai querê-la. - referiu-se ao ex da jovem loira.

-Mas eu a quero mais."

Suas atitudes devotas foram o alimento necessário para a reconstrução de um coração bondoso. O afeto e a segurança foram os agentes principais dos traumas nunca contados. Completavam-se de uma maneira descrente, inimaginável. Esplêndida.

(...)

Dançavam uma música lenta no salão do evento planejado por semanas. A enfim comemoração do casamento a alguns anos atrás. Digamos que, uma renovação de votos. O lugar estava lotado de pessoas renomadas, conhecidas e bem faladas. Havia uma segurança discreta, responsável por manter a paz no ambiente. As recém noivas, Maria Clara e Millena observavam de longe, as mães da jovem mulher de cabelos castanhos e olhos Cor de mel. Nic se encontrava nos braços de Janja, tendo agora 1 ano e 1 mês, enquanto em balbúrdia parecia discutir com Marília, a pequena garota de quase três anos. Haviam desenvolvido tanto, evoluído exageradamente. Maria Fernanda e Maria Eduarda, já com seus 8 anos divertiam-se com os avós, pais de Soraya, onde Thronicke as mimava e Gizelle observava com um sorriso maravilhoso nos lábios.

-Eu te amo. - sussurrou enquanto tinha as mãos na cintura da loira, qual relaxava as mãos em seus ombros. - Eu te amo mais do que posso amar a mim mesma.

-Eu me casaria com você quantas vezes possíveis. - sussurrou com os olhos marejados. - Eu também te amo... muito.

As mãos entrelaçaram-se enquanto seguiam os passos ritmados da música lenta. Simone a puxou um pouco mais para si, e com um sorriso fraco aproximou-se para selar seus lábios. O fogo pertencente em uma, regia o desejo da outra. Era um encaixe divino, desenhado, incrível. Destinadas a um Fim invejável.

Diziam que eram pecadoras em busca de redenção, pouco sabiam que a redenção vivia dentro de ambas, só precisavam ser vividas. Mas a vida só queria, se fossem juntas.

-Vale, se tivermos uma lua de mel atrasada? - questionou envolvendo a cintura de Simone outra vez.

-Lógico que sim. - sorriu boba, deitando a cabeça no peito da esposa. - Desde que seja com você, vale em qualquer tempo.

Uma das mãos de Simone, guiou a loira a olhá-la outra vez. Com paixão e devoção.

-Deixamos as crianças com a Melissa, ela vai saber cuidar bem. - sorriu dando uma solução. - E vamos pra onde você quiser. Nós duas.

-Não... - mencionou baixinho olhando-a. - Dessa vez, quero conhecer onde quiser me levar.

-Sempre gostei da Dinamarca. O que acha? - perguntou levando-a girar e retornou-a pros seus braços outra vez.

-Me parece uma boa escolha. - sorriu frágil.

Soraya foi levada um pouco mais para perto, tendo as mãos nos ombros femininos e as mãos da morena em sua cintura. Colaram as testas, mantendo os lábios próximos e os olhares cheios de vida.

-Eu sou completamente boba por você, sabia? - questionou óbvia e Soraya assentiu de leve. - Não quero nunca, que isso chegue a um fim.

-Eu prometo que não findaremos. Eu vou amar-te por todos os dias das nossas vidas. Vou estar ao seu lado, quando precisar. E vou vivenciar com você, todos os momentos mais importantes e vividos que tivermos juntas. Você é o amor da minha vida, eu nunca tive dúvidas quanto a isso. - sorriu com os olhos marejados. - Vamos fazer dessas crianças, adultos respeitosos, gentis e com emocionais formados. Vamos continuar mostrando a Maria Clara, o verdadeiro amor familiar. Porque é isso que somos, uma linda família. E não há quem negue.

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