Sossego

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Simone Tebet


Horas e horas cansativas, era o que revelava o período gestativo de Soraya. O enjoou vinha diminuindo gradativamente, entretanto estava ficando sensível. Tudo a levava a um choro repentino, má interpretação e completa falta de afeto. Mas eu sempre buscava adaptar-me melhor, para lidar com ela e ser a esposa que precisava naquele momento.

A loira tinha o rosto escondido no meu pescoço enquanto me abraçava, sua mão repousava sobre minha cintura enquanto nossas pernas aparentavam entrelaçadas. Eu acariciava sua nuca vagarosamente, arrastando os cabelos e deixando beijos demorados em sua testa. A luz do sol emanava no último andar, qual era aberto. Podíamos sentir a temperatura dele aquecer-nos, mesmo que ele acabasse de aparecer. Era por volta das 6:15 da manhã, e ele costumava nascer ás 5:55. E enquanto mantínhamos-nos ali, eu me perdia em seus olhos...

Aqueles olhos castanhos, lindos como momentos diurnos ensolarados. Que me observavam agora com doçura e inocência. Olhos esses que desviavam-se dos meus sempre quando os fixava, com exacerbada intensidade afetuosa. Ela ainda se intimidava comigo... mas não por medo.

O toque lento deixado em minha face com a palma da mão parcialmente gélida, e macia, trouxe-me de volta a realidade, depois de perder-me em seus traços viciantes.

-Eu estou com medo. - sussurrou baixinho, enquanto encarava-me. - Medo de que enjoe de mim...

-"Sempre me disseram que o amor era um sentimento mortal... Só nunca pensei que morreria por causa dele." - recitei a frase do seu filme preferido. Qual assistíamos juntas a algumas semanas.

Adentrei um pouco mais seus cabelos loiros, arranhando lentamente sua nuca. E pude sentir sua respiração controlada aparentar-me insegura.

-Eu não minto quando digo que morreria por você. - sussurrei em seu ouvido. - Eu te amo... e não, em hipótese alguma eu sugeriria nem mesmo que fosse em pensamento, enjoar você.

Beijei sua testa deixando a mostra todo afeto existente em mim. Soraya estava insegura, e os hormônios alterados, provocando a mudança drástica de humor favorecia gradativamente sua ideia errônea.

-Esquece essa bobeira, ok? - pedi baixinho e ela sussurrou positiva.

A intensidade solar começava aumentar, e então chamei ela para entrarmos. Tomamos banho juntas antes do café da manhã e então comemos ao ar livre, próximo ao lago. Pedi no dia anterior para que organizassem isso, já que ficar trancada em casa era um pesadelo pra ela.

Sua mão em minha perna mantinha um carinho vagaroso, enquanto eu permanecia atenciosa em colocar seu café da manhã.

-Resolvi. - respondi singela, sem muita explicação. - Ele não vai mais nos incomodar, tão pouco proferir ameaças a você.

Permanecemos aquele tempo mediano em silêncio, enquanto comíamos pacientemente. Depois de um tempo, Rhuan retornou até mim. Eu havia pedido a ele que preparasse o jato, partiríamos pra a ilha em algumas horas. E essas horas já haviam passado. Eu daria a Soraya alguns dias de sossego, longe dos dias agitados na mansão, somente nós duas em nossa ilha.

(...)

Soraya

Recordei-me dos nossos primeiros momentos, de quando estivemos na ilha pela primeira vez. Quando eu ainda questionava seu caráter, duvidava das suas falas e assustava-me a cada passo premeditado dado por ela.

Lá Márfia | SIMORAYA Onde histórias criam vida. Descubra agora