Rápido e prático

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Maria Clara


Quando chegamos ao Canadá, era por volta das 5 horas da manhã. O céu ainda estava escuro e a neblina intensa e fria permanecia.

Ja ao lado de fora do jato, Rhuan, designado principal segurança de Soraya, a ajudou vestir o sobretudo preto. Que sequencialmente escondeu as curvas esculturais do seu corpo, ao ter os botões fechados. A loira caminhou na frente, ao lado do homem que permanecia inexpressivo em todos os momentos.

-As chaves. - a loira pediu, estendendo a mão e então o homem a entregou. Aparentemente era de algum carro.

-Ficaremos a distância, como pedido pela senhora. - ele disse paciente antes que Soraya o permitisse sair.

Ao nos afastarmos da aeronave, que permanecia no hangar em preparação para o retorno em algumas horas, Soraya nos guiou até o estacionamento privado de Simone dentro do enorme galpão.

(...)

O sol ainda estava escondido, e podíamos ver apenas o céu acinzentado e escuro do Canadá. Aparentemente o dia seria fechado e frio, o que era de se esperar por estarmos no inverno.

A loira destravou a Mercedes-Maybach com a digital, estar naquele carro era como estar no céu. A tecnologia e os quesitos, valia o dinheiro pago por aquele veículo. Seu revestimento branco dava a ele luxuosidade, e de uma maneira discreta os vidros fumê proporcionavam privacidade.

Assim que Soraya ligou o veículo, os LEDs internos ligaram-se automaticamente. Deixando a iluminação com tonalidade azul, dando mais visibilidade ao interior do carro e aos botões e opções do painel de controle.

Quando se tratava de veículos particulares, minha mãe tinha um extremo gosto refinado e evidentemente luxuoso. Pra ela era necessário alcançar uma alta velocidade, conforto, sem deixar de lado o design de alto patamar. Essa exata limusine, era a combinação perfeita pra ela, satisfazendo assim as elevadas exigência de condutora.

Soraya teve acesso ao endereço através do GPS. Foi mais fácil quando o sol começou a surgir e facilitou a visibilidade, já que Vancouver estava coberta por neblina. Depois de alguns minutos chegamos até o destino marcado, a loira estacionou e esperamos por alguns segundos dentro do carro.

-Quer que eu espere aqui? - ela questionou paciente, compreensível e carinhosa como sempre.

-Quero que vá comigo. - a pedi rapidamente.

-Então, podemos? - questionou ao desviar o olhar do prédio, e direciona-lo a mim.

E então eu assenti, sequencialmente a recém empresária desceu do carro e nos direcionamos a entrada principal do prédio. Tendo acesso permitido, adentramos o elevador e em questão de curtos minutos chegamos ao quinquagésimo nono andar, onde Millena residia. Devido ao aquecimento interno do prédio, a sensação térmica elevou-se.

Millena

Levantei-me do sofá quando ouvi alguém mexer na fechadura, e a porta se abrir sequencialmente. A figura feminina que eu desejei por dias, estava agora na minha frente. Foi inevitável não ir na sua direção e sentir seu abraço confortável no mesmo instante. 

Deixei que ela entrasse com a aparamente amiga, ela havia ficado bem próxima da família Tebet e eu ainda não entendia isso. Mas, respeitava sua decisão. A loira permaneceu silenciosa, enquanto escondia as mãos nos bolsos do sobretudo preto que vestia. Ela carregava uma expressão paciente, calma, e singela.

Aquilo foi incompreensivelmente chocante. Como? Eu sabia que Maria Clara não tinha ligação familiar com ninguém, e sempre que eu tentava entrar nesse assunto ela fazia questão de mudá-lo e negar-se a abrir-se comigo.

Lá Márfia | SIMORAYA Onde histórias criam vida. Descubra agora