GOSTAMOS DE VOCÊ

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17h depois.

Tommy:

Eram cerca de 11 horas da manhã, quando Soraya chegou. Simone ainda dormia devido a insônia extensa durante a noite, e a casa estava mais mórbida do que nunca. A loira tinha um óculos escuro no rosto e uma expressão cansada assim que os retirou.

-Bom dia. - ela soou cansada e eu sorri da sua postura exausta.

- Bom dia. - retribui enquanto bebia uma dose de whisky.

-Eu aceito uma dose. - ela disse de forma fraca. - Dane-se que são 11 da manhã.

A entreguei um copo com uma quantidade razoável de Bourbon irlandês. Ela bebia aos poucos enquanto se mantinha em silêncio, e quando colocava o copo sobre a mesa da cozinha, tirava a curta pausa pra brincar com a diversidade de joias luxuosas em seus dedos.

-Está tudo bem? - questionei confuso devido sua postura incomum. Ela costumava ser agitada, sorridente e até escandalosa.

-Só estou extremamente cansada. - ela suspirou pesado. - Mas acho que só precisava voltar pra casa.

- Fico feliz que reconheça que essa também é sua casa, e quero que saiba que também somos sua família. - ela assentiu em silêncio, sorrindo fraco, compreendendo o apoio.

A loira pegou o próprio celular e mexeu por um tempo, enquanto eu fazia o mesmo. Ela me interrompeu mostrando uma foto de Simone, qual era recente.

-Ela cortou o cabelo? - questionou supresa e eu assenti.

-Cortou. - confessei.

Fomos surpreendidos e interrompidos por uma das irmãs que descia as escadas com um aparelho eletrônico em mãos. E como sempre, Bolt estava atrás dela. O animal logo se aproximou da loira, podendo receber carinho, e assim que Mafê notou a presença da psicóloga correu pros seus braços.

-Você voltou! - ela sorriu sentando-se em seu colo, onde Soraya a recebeu com prazer e carinho.

-Mas por que eu não voltaria? - ela questionou sorrindo e abraçando reciprocamente a menor que a abraçava.

-A gente sentiu saudades. - ela disse contente e eu me surpreendi com a relação entre as duas. - A mamãe principalmente.

-E onde está a mamãe? - questionou apertando as bochechas da menor.

-Dormindo, ela teve insônia outra vez. - ela disse baixo. 

Simone continuamente tinha insônias mais intensas quando estava preocupada, ou escondia seus sentimentos relacionado a algo. Era sempre complicado, já que ela tirava esse tempo pra fumar ou ingerir bebidas alcoólicas.

-Vocês namoram? - Mafê  questionou repentinamente e eu sorri de canto com a expressão insegura e tímida de Soraya.

-Não... eu sou só amiga da sua mãe. - ela disse um tanto quanto fraco, mas tentando sustentar a mentira.

-A mamãe nos contou. - ela disse de forma convicta. - E você está mentindo.

Soraya corou e Mafê a deixou um beijo rápido na bochecha.

- E está tudo bem por vocês? - a loira questionou tímida, mas esperançosa.

- Sim, gostamos de você. - a menor comentou enquanto pegava o Ipad sobre a mesa. - E a Mamãe, o tio Tommy, a tia Leila e a tia Janja também.

Ela sorriu de canto enquanto a mais velha afastava seus cabelos de forma carinhosa.

-Acho que o Bolt também gosta de você, mas um pouco menos. - ela disse convicta, relembrando todas as vezes em que o cachorro ciumento rosnou para a psicóloga. - É bom ter você na família.

- Obrigada. - Soraya soltou fraco, em um sussurro. - Também fico feliz em ter vocês como família. - a loira ressaltou levando o olhar até a menor, alterando entre ela e eu.

-A gente sabe. - ela sorriu fraco.

-Onde está sua irmã?

-Aula de piano. - ela respondeu de forma rápida.

-E por que você não foi hoje? - a loira questionou confusa.

-Aula de piano é um porre, só a Madu aguenta aquilo. - ela respondeu dispersa, analisando a tela do aparelho eletrônico.

-Quantas declarações. Benéficas e maldosas. - eu comentei sorrindo e a menor que não costumava ser sentimental ou comunicativa ergueu o olhar, sorrindo de forma fraca. Relembrando o sorriso de Simone.

- Ok, acabou o momento emocional de hoje. - ela desceu do colo da namorada da mãe, e se afastou levando Bolt e o Ipad junto. 

(...)

Narradora:

Soraya adentrou o quarto parcialmente escuro e encontrou Simone na cama. Quase nua como sempre, apenas uma fina calcinha de renda e uma social branca. Dessa vez o quarto não estava tão frio, seu corpo descoberto sobre a cama e a sensação térmica da loira já mostravam isso.

Alguns fleches de luz passavam através da cortina no lado esquerdo, qual tinha visão para a área da piscina. Assim, dando melhor visibilidade para a psicóloga.

A loira retirou o moletom qual vestia, o jogando sobre a poltrona no canto do quarto. Logo juntou-se a morena que ainda dormia sobre a cama, Soraya a abraçou por trás de forma carinhosa, a encaixando numa conchinha.

-Bom dia. - sussurrou assim que a maior se mexeu um pouco.

Simone virou-se de frente, escondendo o rosto na curva do pescoço da menor. A abraçando pela cintura, colando-se mais ainda a ela.

-Senti sua falta. - a morena disse ainda sonolenta.

- Eu também senti sua falta. - a loira comentou enquanto beijava seu rosto de forma desajeitada e carinhosa.

(...)

Simone:

Ficar ali era tudo que eu queria, mas tínhamos pouco tempo. Eu precisava resolver as últimas coisas pendentes na máfia antes de me ausentar completamente. Assim que descemos pro 1 andar, recusei o café da manhã me oferecido e logo pedi que chamassem Tommy.

-Precisaremos ir até o México. Vai nos custar alguns dias, mas tentaremos voltar o mais rápido que der.

-Não vou até o México. - respondi rapidamente.

-Por que não iria? - ele questionou óbvio, revirando os olhos.

-Em alguns dias é o aniversário da Soraya, não vou pro México e deixá-la aqui. Muito menos levá-la e tornar tudo desagradável com um bando de homens patéticos e criminosos. - respondi.

-Simone? - ele reclamou.

-Busca o Rio e traz ele aqui, não vou até o México buscá-lo.

Rio no caso era o homem que assumiria meu lugar. Sempre foi de confiança e tinha uma mente mirabolante, inteligente e ambiciosa tanto quanto eu. Seu jeito frio e severo de agir me passava responsabilidade e disciplina, no qual era tudo que eu precisava.

- Ok. - Tommy cedeu, de forma paciente. Informou-me que embarcaria ainda nesta tarde, e por fim, saiu de perto.

(...)

Soraya se aproximou outra vez, me encontrando no balcão e me abraçando pela cintura. Ela me olhou de forma atenciosa e abaixei consideravelmente um pouco para beija-la.

-O que foi isso? - ela questionou tocando as marcas vermelhas ainda insistentes em ficar no meu corpo. Porém agora mais fracas.

-Janja e os surtos dela. - expliquei. - Não foi nada demais.

Soraya se manteve em silêncio, observando a região por alguns longos segundos. Depois disso, a loira deitou a cabeça em meu peito, mantendo-se em silêncio.

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