Capítulo 03: Quebre a Roda

58 11 2
                                    

A inclinação da prancha de embarque queimou a parte de trás de suas pernas, mas ele ignorou. Preocupado demais com o peso da mãe nas costas, com os sons suaves de dor que ela abafava desesperadamente contra o ombro dele, e onde ele colocava os pés para evitar machucá-la. Já havia tantas pessoas no barco que era uma maravilha que ainda conseguisse flutuar e foi apenas com grande dificuldade que ele pressionou seu caminho através da aglomeração em direção a onde ele tinha visto Mikasa e Armin. Vendo um flash de cabelo loiro através das cores opacas da multidão reunida, Eren avançou mais rápido. Desviando um homem corpulento mais velho para o lado com força suficiente para quase derrubá-lo sobre o corrimão.

Um olhar penetrante foi o suficiente para mantê-lo quieto.

"Eren!" Um instante depois, eles estavam lá com ele. Armin com o resíduo de terror ainda brilhando em seus olhos e Mikasa estrangulando o lenço vermelho em ambas as mãos, seu olhar escuro estreitado. "Eu não posso acreditar que você fugiu assim! Você poderia ter sido morto."

"Nossa casa ficava naquela direção e mamãe estava sozinha. Eu não ia deixá-la." Eren disse. "Ainda bem que voltei quando voltei; ela estava ferida e os Titãs estavam por toda parte. Mal conseguimos tirar a casa dela a tempo."

"Você deveria ter pelo menos esperado que nós fôssemos com você." Mikasa se enterrou mais fundo no cachecol em volta do pescoço, a testa franzida em irritação. "Você tem sorte que Hannes encontrou você. Você poderia ter sido morto."

Ele teria ficado bem mesmo sem a ajuda do soldado, com total comando sobre os Titãs e sua posição no coração dos Caminhos deixando-o equivalente a imortal, capaz de reconstruir seu próprio corpo das areias conforme necessário, mas ela não tinha como saber disso, ele entendeu o sentimento pelo que era.

"Yeah, yeah. Tudo acabou bem. Não há como aqueles desgraçados passarem pelo portão interno para a Muralha Maria. Tudo o que temos a fazer agora é encontrar o papai; ele vai poder cuidar da mamãe."

Ele não queria ter nada a ver com encontrar seu pai, apesar de tudo, ele não teria escolha. Ele não podia permitir que outro Shifter corresse desenfreado quando ele estava possuído pelos restos manchados de sangue de seu antigo eu e de Ymir. Ele sendo injetado e amaldiçoado naquele dia tinha interesse no plano daquela cadela. Não mais. Se ser devorado era o que o homem queria, Eren concederia seu desejo. Mas seria em seus termos.

Nem Armin nem Mikasa pareciam estar dispostos a discutir mais com ele, e não fizeram nenhuma tentativa de barrar seu caminho quando ele começou a se mover novamente. Espiando o avô de Armin sentado em um banco, Eren foi direto para ele, cuidadosamente colocando sua mãe no chão e apoiando-a contra a parede da cabine da balsa.

Vivo. Ela estava viva. Não havia nada que ele pudesse fazer agora, pego sem nenhum plano e nenhum Titã concreto, para impedir a queda da Muralha Maria e a reação em cadeia que se seguiria. Os próximos anos seriam brutalmente difíceis. Milhares de seu povo morreriam de doença, fome e ataques dos Titãs, e ele sentiria a dor de cada um deles. Mas ela estava viva e eles já estavam em um estado melhor, por isso, então foram a primeira vez.

Suas mãos tremiam levemente quando ele pegou uma das dela. Frio e úmido. Tensa enquanto ela olhava para ele através de olhos âmbar semicerrados e lacrimejantes de dor. "Vai ficar tudo bem, mãe. Vamos consertar suas pernas e tudo ficará bem. Nós vamos encontrar o pai. E, até que o façamos, eu cuidarei de tudo!"

Ela puxou a mão da dele e colocou-a, cuidadosamente, contra a bochecha dele. Eren se inclinou para o toque e por pouco reprimiu um soluço, segurando o desejo de agarrar o pulso dela com as duas mãos e nunca mais soltar. "Você já fez o suficiente, querida. Mais do que eu jamais poderia ter pedido a você. Mas estamos seguros agora. Você pode descansar."

𝔽𝔼ℕℝ𝕀ℝ (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora