O Príncipe do Abysmo [Romance BL]

Capítulo 26

Mabel

Nos seguintes minutos, ficou sem jeito. Tinha sido um pouco grosseiro com Yase, mas entendeu que o lupino claramente havia passado por traumas antes. A julgar pelo trágico passado da cidade de Hammock onde viveram antes, já imaginava que não tinha sido fácil para ele também.

Yase ficou quieto depois e encolhido no canto da jaula, observando a movimentação. Na outra gaiola, Aleksis havia dormido apoiado no corpo de Timur que parecia bem próximo de adormecer também. Quando Mabel encontrou o olhar de Evans, o viu franzir o cenho e desviar o rosto.

Sim, ele ainda estava zangado.

Embora não fosse legal, Mabel se sentia um pouco feliz que alguém tinha ciúmes dele. Era a primeira vez que sentia que importava para outra pessoa. Tão refrescante aquela sensação.

Pensou no que diria... quando estava prestes a chamar Evans, alguém bateu nas grades mágicas. Mabel olhou assustado e, para seu alívio, eram Moon e Iskander acenando para eles.

— Graças a Navi! — Yase agradeceu em voz alta.

— Por que demoraram tanto? — Perguntou Mabel ao finalmente deixar a gaiola e se sentir mais livre. Só então notou que Moon e Iskander estavam acompanhados por um dos deuses mais jovens que olhava inseguro para eles.

— Digamos que estávamos negociando. — Moon respondeu com bom humor. Mabel achou engraçado ver uma flor bem pequena entre os cabelos dele. Olhou para Iskander que deu de ombros.

— Eles não são pessoas ruins.

— Então por que nos prenderam? — Reclamou Aleksis. — Estou morrendo de fome!

— É uma longa história. — Respondeu Iskander com um suspiro. — Resumindo: Moon é igual a essas pessoas que se chamam de deuses fae.

— O quê?! — Eles exclamaram ao mesmo tempo.

Moon empinou seu nariz com notável orgulho.

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Iskander

— Isso é incrível, Moon! — Disse Evans, parecendo genuinamente feliz. — Você é um deus? Uau!

Seus amigos começaram a elogiá-lo e dizer o quanto estavam surpresos, claro que cada comentário foi para encher o ego de Moon que já tinha o nariz mais empinado de todos. Ele era tão fofo, Iskander gostava cada vez mais dele, até essa parte de sua personalidade.

Quando as luzes misteriosas dentro da caverna se tornaram turvas, imaginou que era porque havia anoitecido. Todas aquelas pessoas que pareciam tão ocupadas, passaram a se recolher para as tendas e barracas do acampamento. Haviam muitas, de diversos tamanhos e formatos.

Um mago completamente vestido de branco passava erguendo sua varinha em forma de graveto com folhas, invocando vagalumes. Iskander olhou curioso para aquilo, mas também ficou se perguntando por que não haviam guardas, sentinelas preparados caso fossem atacados durante a noite.

Baek, o filho de Valerius e quem estava os acompanhando, deve ter percebido suas dúvidas, pois falou:

— Os vagalumes guardam nosso acampamento e nos protegem. Eles são a magia de Mogen.

— Mogen?

— Nosso mago chefe. Ele é o nosso protetor.

— Oh. — Iskander pensou que Baek já não parecia temê-los. Quando se conheceram, ele não podia abaixar a espada e agora nem fazia menção de tirá-la da bainha. Também parecia mais relaxado, exceto com Timur e os demais, pois ainda não os conhecia.