SDU x BSB

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NOTA DX AUTORX

FOI AQUI QUE PEDIRAM DOBRADINHA? 



Eu estava exausta, mal conseguia mexer o corpo, um dia lotado de compromissos e uma noite lotada de dores de cabeça: uma causada pela minha filha, a outra, de maior e imensurável proporção, causada por um certo deputado carioca metido a comunista. Essa última, provavelmente a dor de cabeça mais gostosa que eu tive o prazer de sentir, e naquele momento, eu e minha dor de cabeça nos encontrávamos esparramadas pelos lençóis macios do Fairmont.

Alessandro se comprometeu a passar a noite comigo, me distraindo do fato de que a maluca da minha filha estava em um baile funk. A propósito, não era o que eu queria, Deus sabe que não, eu sabia que qualquer minuto a mais que eu passasse ao lado dele seria o suficiente para me render àquela dor de cabeça deliciosa e encantadora.

Uma vez ouvi a Maria Eduarda falando que alguma coisa havia "alugado um triplex na cabeça dela" e ela me explicou que essa expressão jovial significa você pensar incansavelmente sobre algo, e era isso, Alessandro Molon, o surfistinha do PSB, com seu carro horroroso, suas malditas piadas e seu sorriso lindo, havia alugado um triplex na minha cabeça.

O que me permitiu constatar todos esses fatos em questão de segundos foi o feixe de luz que adentrava no quarto pela fresta da sacada mal fechada, óbvio que fechar adequadamente o blackout da sacada não foi um pensamento que se passou pela minha cabeça quando Alessandro e eu estávamos no quarto, mas olhando agora, ainda bem que fui acordada pelo feixe de luz.

Abro meus olhos devagar, verifico as horas no telefone e desperto assustada imediatamente, tamanho o meu desespero por ver a hora. 06:13, o dia acabara de amanhecer e nem sinal da Maria Fernanda. Viro para o lado e vejo tão largado na cama quanto eu, dormindo um sono tranquilo, um sono de quem trabalhou bastante durante a madrugada.

-Alessandro. Eu o chamo baixinho, quase em um sussurro sem efeito algum sobre ele, então eu insisto novamente, um pouco mais alto –Alessandro, querido acorda vai. Ainda sem efeito, respiro fundo e insisto mais uma vez, tocando em um de seus ombros e nada, parecia uma pedra. Ele era lindo dormindo, poderia passar horas velando seu sono, inspirando aquela paz que ele exalava.

Na mesma medida que aquilo aquecia meu coração, me deixava aflita, afinal, o dia havia raiado e Maria Fernanda ainda não estava em casa. Pior, ela poderia chegar a qualquer momento e se deparar com aquela cena.

-Ei, Alessandro, acorda! Dessa vez falei alto e chacoalhando seus braços, ele se limita a responder com um resmungo e eu insisto -A Maria Fernanda ainda não chegou, eu estou preocupada

-Eu já disse que você é meio barulhenta pela manhã, princesa? Alessandro respondia rouco, se remexendo na cama e ficando de frente para mim -Que horas são?

-Quase 06:15, Alessandro, e essa menina ainda não chegou. Suspiro em preocupação e sou surpreendida por uma de suas mãos em meu rosto, colocando uma mexa de cabelo atrás da minha orelha em um gesto carinhoso

-Ei, princesa, eu estou aqui, ta bom? Vou ficar com você até ela chegar. Ainda com a voz rouca de sono, ele sorri para mim e me dá um selinho demorado -A Mafe está bem, esses bailes terminam tarde mesmo, você precisa descansar, deixa que eu fico de olho pra ver se ela chega.

-Você tem certeza? Eu não quero atrapalhar você, sei que você também tem coisas a fazer e... Antes que eu pudesse completar a minha frase, Alessandro me cala com outro selinho demorado

Como 2 e 2Onde histórias criam vida. Descubra agora