A verdade, por pior que seja.

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NOTAS INICIAIS DA MORCEGA

Mais uma noite chega, e com ela a DEPRESSÃO!

Valorizem muito a morceguinha aqui viu? Pq a qualquer momento minha mão vai cair

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Alguns minutos depois de Alessandro e Eduarda sumirem de vista uma das enfermeiras veio ao encontro da família Tebet informando que a Dra Eduarda havia pedido para que todos esperassem o resultado os exames na sala dela. Resignados, os 3 seguiram a mulher que os deixou a sós assim que adentraram a sala usada por Eduarda em seus atendimentos.

Assim que a porta se fechou Eduardo deu um passo à frente com a expressão carregada de raiva contida, ele olhava para Simone com uma mistura de indignação e mágoa, os punhos cerrados ao lado do corpo evidenciavam a tensão que se acumulava desde que a esposa havia pedido o divorcio e finalmente encontrou um escape com o acidente da filha. A voz dele saiu cortante e ríspida, incapaz de ser contida.

—Então é isso, Simone? É por esse esquerdista que você me trocou??? É ele que você quer para estar ao seu lado? E pior, ao lado das nossas filhas? Ele andava de um lado para o outro nervoso —Para ser o 'herói' da história enquanto eu fico aqui, de mãos atadas? Eduardo praticamente cuspia as palavras, a voz baixa, mas carregada de uma amargura que ele parecia guardar há muito tempo. —Porque, pelo jeito, você está muito confortável com ele. Até parece que você esqueceu completamente quem está ao seu lado desde sempre.

Fairte arregalou os olhos surpresa com a explosão do genro e Simone que ainda processava a situação toda tentou respirar fundo antes de responder, mas o tom de Eduardo cortava como uma lâmina, reabrindo antigas feridas e provocando novas.

Ela sentiu o coração acelerar e uma mistura de culpa e irritação tomando conta de si. Tentando manter a compostura ela ergueu o olhar para ele, recusando-se a recuar.

—Eduardo, eu nunca te excluí de nada! Respondeu ela com a voz baixa mas firme. —Eu nunca quis que você se sentisse assim. —Mas essa situação com Alessandro, não é sobre você. É sobre a nossa filha, e ele é apenas uma pessoa que pode ajudar e está fazendo o que precisa ser feito.

Por mais clara que ela tentasse se fazer Eduardo parecia surdo a qualquer argumento racional, o ressentimento e o ódio eram mais fortes, se alimentando do ciúme e da frustração que ele tentava esconder desde o momento do término com Simone

—Ah, é? Ele só está 'fazendo o que precisa ser feito'? Engraçado, porque eu já fui essa pessoa pra você, aquele que 'faz o que precisa ser feito'. Só que agora parece que não sirvo mais pra nada, nem mesmo pra isso.

—Edu, querido não se sinta assim. Fairte foi até ele na tentativa de acalmar o genro —Você não é substituível para essa família, e eu ainda sou a matriarca dela! Simone revirou os olhos com a intervenção da mãe, sentindo a raiva crescer dentro de si ela tentava manter a calma, mas as acusações dele, o tom sarcástico e amargo, a tiravam do sério.

—Isso não é verdade, Eduardo! Você sempre fará parte da vida das meninas, e ninguém está tirando isso de você. Pelo amor de Deus, não torne isso uma competição, como se a gente estivesse em um jogo de egos enquanto a nossa filha luta pela vida! A voz dela tremeu, mas ela manteve-se firme, recusando-se a ceder à pressão emocional.

O rosto de Eduardo, porém, não mostrava sinais de suavização. Ele parecia determinado a despejar anos de frustrações em uma única discussão.

—Ah, claro! Ele ironizou. —Eu sou o problemático aqui, o exagerado. Você diz isso como se tivesse sido sempre a mãe perfeita né Simone? Ele bradou ficando a centímetros dela —Como se não tivesse feito escolhas que colocaram as meninas em segundo plano. Mas, de repente, quando esse cara aparece, você se transforma na 'super mãe' que faz tudo certinho.

Como 2 e 2Onde histórias criam vida. Descubra agora