NOTAS INICIAIS DA MORCEGA
Capítulo grandinho, espero que gostem!
Obrigada por todos os comentários, eles servem de termômetro e me motivam a escrever mais para vocês.
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A tarde começava a se desenrolar enquanto o sol lançava seu brilho dourado sobre a paisagem rural. Fairte dirigia-se de volta para casa após terminar de resolver alguns problemas da fazenda, Os pensamentos em sua mente eram como as folhas secas ao vento, misturavam memórias, preocupações e, acima de tudo, a urgência de uma conversa que não poderia mais ser evitada.
Ao estacionar a caminhonete em frente a sede sentiu uma pontada no coração. Ela sabia que precisava falar com ele, era hora de esclarecer as coisas, de se desculpar pelo que foi dito e tentar entender mesmo que um pouco a decisão da fiilha. Mas, à medida que se aproximava da entrada, uma sensação de nervosismo começava a se instalar.
Ela respirou fundo antes de entrar, a casa estava em um silêncio quase palpável e Fairte foi direto para o quarto de hóspedes onde Tasso costumava ficar. Ao empurrar a porta sentiu um misto de esperança e apreensão sentindo o cheiro de madeira e lavanda que ainda pairavam no ar.
Uma sensação de desânimo se apoderou dela ao perceber que o amigo nao estava ali, ela se negava a acreditar queele havia partido sem avisar. Se aproximou da escrivaninha onde a luz da tarde f iluminava uma folha de papel que estava em cima dela. O coração dela disparou e com a mão trêmula ela a pegou e começou a ler.
Ao final da carta as palavras de Tasso ressoaram na mente de Fairte como um eco distante, ela sentiu uma onda de emoções se agitando dentro dela: surpresa, tristeza, amor, arrependimento e um vazio que parecia impossível de preencher. Como ele pôde partir sem dizer uma palavra diretamente a ela? Como ele poderia deixar algo tão importante como o amor que jurou ter para trás?
Enquanto as lágrimas começavam a se acumular em seus olhos ela releu a carta, cada linha, cada palavra, tentando entender o que havia levado Tasso a tomar essa decisão. Ele estava certo sobre muitas coisas, a pressão que ela sentia em relação a Simone a fazia agir de forma impulsiva, muitas vezes sem pensar na felicidade da própria filha. Mas a ideia de abrir mão da promessa feita ao marido no leito de morte e deixar que sua filha vivesse suas próprias experiências a aterrorizava.
A senhora caminhou até a cama e sentou-se na beirada, o papel ainda em suas mãos como se fosse um objeto sagrado. A musica "Como vai você" ecoando em sua mente quando ela percebeu que de certa forma, ele estava certo. O amor é também um ato de libertação, o entendimento profundo de que nem sempre podemos controlar o que acontece com aqueles que amamos, e o maior exemplo disso era que Tasso jamais pode controlar o próprio destino, uma vez que a amava o bastante para desejar que ela fosse feliz mesmo que sem ele.
Olhando pela janela com um suspiro frustrado ela viu a imensidão de suas terras cobertas pelo sol quente do MS dando lugar à escuridão, sentiu como se a noite tivesse chegado mais cedo para apagar não apenas a luz do dia, mas também a luz da amizade o entre ela e Tasso, a mesma luz que a guiou e ajudou depois da partida do marido.
Era preciso fazer algo. Era preciso falar, esclarecer as coisas antes que a distância se tornasse insuportável. Mas aquele nao era o momento, ela precisava de tempo para organizar cada um de seus sentimentos, precisava decifrar todos eles e somente assim saberia o que dizer a ele quando o confrontasse.
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Alheios a todo drama no MS, Simone e Alessandro saíram do shopping em clima de pura descontração, o dia tinha sido cheio. Agora, com as sacolas penduradas nos braços de Alessandro, eles estavam a caminho do duplex dele.
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Como 2 e 2
RomansNunca passou pela cabeça de Simone Tebet passar por um turbilhão de emoções durante o segundo turno das eleições presidenciais, muito menos descobrir que ainda era capaz de sentir desejo e paixão por alguém. Ainda mais quando o tal alguém se trata d...