Um cisne em uma gaiola dourada

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O som da lâmina riscando o gelo era constante.

E no meio daquele gelo um homem dançava
Tão graciosamente como um cisne negro.

Ele dançava e flutuava
Cada giro
Cada movimento
Era preciso e era feito com fervor
Era gracioso e era audacioso.

Cada movimento era como se o cisne levantasse vôo
Cada movimento parecia sugir um par de asas em suas costas.

Ele não parava
Ele não podia
Não poderia cair
Não poderia se partir.

Ele não queria parar
Ele queria voar
Queria poder abrigar em seus pulmões, o ar da liberdade.

Sua dança era sem platéia
Sua pele poderia ser confundida com prata, em meio aqueles trajes negros como a noite.

Sua dança era precisa
Seu corpo e a dança eram harmonia
Os dois eram sintonia.

A cabeça curvada para trás
A pele refletida com o suor,
Braços cruzados sobre o peito e o corpo indo pra trás.

Ele não cedia nem mesmo ao cansaço,
Continuava se movendo
continuava girando,
Ele era feito daquilo
Dançava com todo fervor, sem um pingo de amor.

A dança era seu grito por liberdade,
A dança era como o céu para um pássaro enjaulado.

Ele iria dançar
Ele faria dela um céu para voar.

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