Querida mente
Que nem sempre é tão calma
E nem sempre é amiga.
Minha querida inimiga
E minha fiel companheira
Que me arrasta para rios e rios vermelhos.
Cheios de olhos e pensamentos conturbados como um mar revolto,
Mente falha, mas tão criativa
Que vê arte até mesmo no vazio infinito de escuridão.
Mente que me corrompe
Cheia de histórias que me rodam e rodam, até me confundirem no que é real ou não.
Mente que me consola
quando ninguém quis ver
onde o ferimento abriu e sangrou,
que me da o conforto, mas logo depois, me empurra para o vazio.
Um singelo abraço
e depois um empurrão até o nada,
onde todos os meus demônios me encaram e me assombram,
onde eu me deixo apodrecer e putrefar, diante a minha própria mente.
Uma mente perigosa
Uma oponente que eu preciso enfrentar todos os dias.
Querida mente, sempre tão inqueita.
-Sempre que uma de nós perder, a outra irá putrefar.
