abismo

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A donzela olhava para o abismo
Era encarava sem piscar, o seu próprio reflexo

Pálida e de olhar fundo
O mel agora já podre em seu olhar

Então ela começava a rir escandalosamente
Rindo como se a tivessem contado uma piada.

Ela era a própria piada
Seu reflexo sorria enquanto ela ria sem parar
A moça rindo enquanto lágrimas corriam de seus olhos como correnteza

Ela não tinha certeza, de quando tudo começou a estilhaçar
Por que?
Por quê nada dava certo?
Por quê ela simplesmente não podia seguir o caminho reto e sem curvas?

O abismo nunca a olhou de volta
Ela sim o encarou
Encarou toda a decepção e amargor da vida
Encarou todos os erros com vigor

Riu como louca em uma noite escura
Chorou como uma criança a procura da mãe

Por que? Por que? Por que?

Por que ela nunca conseguia?
Por quê toda vez ela se partiria em mil pedaços?

Uma donzela sem príncipe e sem reino
Uma moça cheia de incertezas e um sonho estilhaçado e em pleno término

( Ela ria como louca encarando seu reflexo sorridente enquanto ela gritava em plenos pulmões, ele nunca a encarou de volta, ela por pura vontade o atravessou e o olhou nos olhos)

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