Jeongin encarava Han com um olhar julgador. O amigo segurava o volante com força e olhava apreensivo os arredores fora do carro. Estavam estacionados na frente de uma loja de vestidos de noiva onde Dahyun acabara de entrar. Han encarou a porta do estabelecimento com tanta fúria que era capaz sair fogo dos seus olhos e queimar tudo em volta.
— Eles vão se casar! Se casar! Não é só um namoro, é um casamento. Isso significa que ele estava me enganando o tempo todo — Han controlou sua vontade de socar o painel do carro.
— Han, você não sabe, ela pode estar aqui para acompanhar uma amiga. Não tô te reconhecendo, você sempre foi frio, nunca ficou de cabeça quente e agora está agindo impensadamente. Vamos voltar pra casa?
— Não. Se você quiser ir pode ir. Eu preciso comprovar minhas teorias.
Jeongin suspirou pesadamente, discutir com Han era perda de tempo naquele momento.
— Eu não vou deixar você. Seja lá o que for que esteja planejando eu vou junto. Pelo menos assim posso ficar de olho em você.
— Ótimo, porque nós vamos entrar lá.
— Em uma loja de noivas?
— Não vende só vestidos de noivas. Vem, vamos, você e eu iremos nos casar em breve e precisamos de um terno decente, não é mesmo, amor?
Jeongin balançou a cabeça negativamente.
— Você é doido. Eu já disse isso hoje?
Sem se importar muito com as críticas de Jeongin, Han estacionou o carro e ao entrar na loja segurou a mão do amigo como se fossem um jovem casal apaixonado se preparando para o casamento. Ele era tão convincente chamando Jeongin de Amor o tempo todo e sendo carinhoso que as moças da recepção se derretiam com aquelas demonstrações de afeto.
Foram levados para uma sala onde diversos ternos pendurados em cabides preenchiam as paredes. Além dos ternos a loja também disponibilizava um alfaiate caso quisessem fazer algo específico ou sob medida. Quando Han passou pelo corredor viu que Dahyun estava em cima de um pequeno palco vestida com um belo vestido de noiva. Sentiu um misto de tristeza e raiva, Lee Know realmente ia se casar e tudo o que tinham vivido foi uma ilusão, ele apenas brincou com seus sentimentos.
Para a sorte de Han, Dahyun estava na sala ao lado. A costureira ajustava o vestido e fazia marcação com giz de costura e alfinetes. Han ouviu o toque de um celular e quando Dahyun atendeu fez o máximo possível de silêncio para ouvir a conversa. Jeongin que antes mexia no celular também parou para ouvir.
— Lino! — Disse Dahyun com uma voz alegre — Que coincidência, estava pensando em você agora mesmo... — A tristeza e a raiva de Han crescia cada vez mais, depois disso a conversa ficou picada, só podiam deduzir o que estava sendo falado — Ah sim sim... Ótima ideia!... Uhum... Já fiz isso... já falei com ela... tudo certo pro nosso jantar, já confirmei, será neste sábado às dezenove no Flavors... Ok ok... beijo, te amo.
Han tinha cada vez mais certeza de suas teorias. Olhou para Jeongin e com uma expressão soturna tirou o casaco que experimentava e entregou para a moça, saiu sem dizer uma palavra e foi para o carro, ficou esperando Jeongin no assento do passageiro pois estava sem cabeça para guiar o carro naquele momento. Jeongin chegou em seguida. Entrou no carro, fechou a porta e colocou a mão no volante, deu uma breve olhada para a loja de roupas de noivas e colocou a mão sobre a mão de Han para lhe confortar.
— Hannie. Vamos pra minha casa. Vou fazer seu prato favorito pro jantar de hoje e podemos assistir aquela série que você gosta.
— Innie... eu quero acabar logo com isso. Não aguento mais sofrer por ele. Eu acreditei que isso fosse real e era tudo uma grande mentira desde o começo. Estou cansado mas quero ir até o fim com isso. Vou no jantar deles, quero esfregar na cara dele. Eu sei que você vai dizer que eu devo esquecer isso, viver minha vida e se afastar dele, mas não consigo simplesmente deixar isso pra lá como se não fosse nada. Eu o amo demais e justamente por isso dói tanto — Jisung suspirou, tombou a cabeça no banco e olhou para a noite através da janela do carro.
— Tudo bem Hannie. Mas por hoje chega. Não se machuque assim. Vamos descansar e depois pensamos melhor sobre isso. — Jeongin colocou o cinto de segurança no amigo que parecia não se importar com nada, seu olhar estava perdido em direção a loja de roupas para noivos.
...
Felix fez uma pausa, tirou os óculos e esfregou os olhos que ardiam de tanto ler aqueles documentos. Olhou para a pilha que ainda faltava ler e avaliar, suspirou, apesar de gostar de ver a empolgação dos novos funcionários e o desejo que eles tinham de crescer, ler tudo aquilo em tão pouco tempo era cansativo, se ao menos Hyunjin o ajudasse seria mais fácil, mas ele simplesmente sumia quando ele mais precisava.
Queria tirar alguns minutos de descanso, uma xícara de café forte seria uma ótima forma de reanimá-lo para sobreviver ao restante do dia. Pegou o casaco e desceu o elevador, havia uma cafeteria nos quarteirões seguintes, sempre passava lá para tomar seu sagrado café todas as manhãs. Gostava de frequentar aquela cafeteria apesar de lhe trazer lembranças lindas e ao mesmo tempo dolorosas. Bang Chan fazia parte de tais lembranças.
Quando estava finalmente sentado à mesa saboreando seu expresso na mais perfeita paz, Bang Chan entrou no local, segurava um bebê no colo e tentava fazer um malabarismo quase impossível para ajustar a alça da bolsa enorme que carregava do outro lado. Felix riu, Bang Chan nunca teve o equilíbrio muito bom ainda mais para segurar uma criança e uma bolsa pesada. Resolveu ajudá-lo.
— Deixa que eu te ajudo — Disse Felix pegando a bolsa de Bang Chan que por sinal estava pesada, talvez pelas mamadeiras cheias de leite e todo o kit de sobrevivência para um bebê.
— O-obrigado — Bang Chan sentiu um frio na barriga com aquela surpresa, seus olhos marejaram ao ver seu amor parado diante dele o ajudando.
— Prazer, me chamo Felix — Felix sorriu e Bang Chan retribuiu o sorriso — Posso acompanhar esses dois cavalheiros para um café?
— Claro que pode — Bang Chan queria chorar, queria abraçar Felix, sentia sua falta — Me chamo Christopher, mas pode me chamar apenas de Chan. Esse garotão aqui é o meu filho Ryan. Diz oi pra ele Ryan — Bang Chan mostrou o filho que apenas dormia tranquilamente em seu colo, Felix sorriu e fez um carinho suave em seu bracinho.
— Prazer em conhecê-lo Ryan. Você deve ter um papai muito babão — Felix olhou para Bang Chan — Sua esposa é sortuda por ter uma família tão linda assim.
— Sou pai solteiro — Bang Chan sorriu, Felix parecia ser frio e indiferente para quem não o conhecia muito bem, mas na verdade ele era o contrário disso — Quer dizer, Ryan tem a mãe também, mas não estamos juntos. Ela tem o amor dela e eu tenho o meu.
Felix desviou do olhar penetrante de Chan. Tentava parar de sorrir como um bobo mas a verdade era que sentia muito a falta dele. Durante essas semanas em que esteve longe, conseguiu colocar a cabeça no lugar e pensar com mais clareza em tudo o que tinha acontecido. Planejar uma vida com alguém que já tem um filho não era algo tão simples, mas o amor que sentiam um pelo outro era grande o suficiente para lidar com tudo aquilo, além do mais, Ryan era um garotinho adorável. Felix não sabia como seria dali pra frente mas queria dar uma chance para eles, ao menos precisava tentar.
— Então Sr. Christopher, me conte, Ryan é um garotinho bonzinho ou ele é muito atentado?
Bang Chan sorriu largamente, se tinha algo que gostava de falar era sobre seu filho, ainda mais com o amor de sua vida, que agora abria os braços para lhe receber e lhe dar uma segunda chance. Chan se sentia completo com seu filho e seu amado ao seu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lies
FanfictionEntediado, Changbin desafia seu amigo Lee Know a fazer uma aposta. Lee Know precisa conseguir um encontro com a primeira pessoa que entrar no local em que estão. O único problema é que essa pessoa é Han Ji Sung, o único na universidade que não supo...