Miguel não conseguia parar de pensar na Colucci. Colucci dona, não Colucci empresa. Ele sonhara com ela. Um sonho agitado onde a despia daquele suéter creme e por baixo deslizava os dedos por aquela pele macia e dourada, apertando aqueles seios fartos, firmes, por cima da luxuosa lingerie italiana antes de capturá-la num beijo quente, a jogando na mesa de jantar e a tomando ali mesmo.
Levantou-se da cama às seis horas em ponto precisando desesperadamente de um banho gelado e um espresso duplo, uma ereção quase dolorida por dentro da calça de flanela do pijama. Era a segunda manhã em que acordava assim—totalmente louco de tesão por ela. Com a diferença de que hoje, em poucas horas, a encontraria na empresa.
Quando finalmente saiu do banho, demorado por sinal, seu celular apitou em cima da bancada da pia. Ele amarrou a toalha na cintura e viu a notificação de uma mensagem nova. Era um número desconhecido, mas reconheceu o +39 como código da Itália e abriu imediatamente.
MC: Bom dia, Caipira. Pronto para o primeiro dia?
Ele riu daquele insulto antigo—tão dela. Ali ele teve certeza de que ela também pensara nele. Caso contrário, por que o mandaria uma mensagem às 6 da manhã?
MA: Bom dia, Princesa. Pensando muito em mim?
MC: Fale por você, Arango. Tô desde cedo trabalhando... Problemas na Bella Italia. Faz um favor pra mim, me trás um café latte com shot duplo de espresso? O café da secretária é um horror de doce.
MA: Eu sou seu estagiário, agora. É isso?
MC: É isso sim, Caipira. E se me irritar muito Bye-Bye Colucci.
Miguel riu e mandou um gif na mais pura ironia.
Ele se vestiu rapidamente e foi correndo para o quarto da filha, que já havia acordado e ido ao banheiro. Ele separou o uniforme dela e a roupa do dia, procurou como louco por um par de meias limpas e que combinassem e se deu por vencido quando pelo menos as duas tinham fundo rosa.
"Lila—já estamos atrasados, filha, rapidinho!"
Miguel deixou a filha na escola às 8h em ponto e deu o retorno seguindo a rota do GPS para a sede da Colucci. Ele viu um café no caminho e parou para comprar o tal latte da Mia. Conhecendo a fera e imaginando que ela não havia comido nada a madrugada inteira para não engordar comprou dois croissants e dois cinnamon rolls sabendo que ela seria incapaz de resistir.
Miguel estacionou o carro numa vaga da diretoria e saiu carregando os copos e o saquinho de papel do café. Entrou no elevador e apertou o número 8 que conforme ele lembrava era o andar da diretoria. Quando chegou, a secretária, uma senhora simpática com os cabelos pintados de laranja o recebeu.
"Bom dia, senhor...?"
"Miguel Arango. A Senhorita Colucci me aguarda." Ela arregalou os olhos e o indicou para a sala que Mia ocupava, que tinha uma janela enorme com vista para o teatro Bellas Artes.
A secretária bateu na porta que estava entreaberta e Mia levantou os olhos de seu computador.
"Pois não, Rita?"
"O Sr. Arango..."
Miguel entrou antes que Mia pudesse dar permissão para ele entrar e colocou o latte dela à sua frente.
"Como o pedido de uma princesa é sempre uma ordem..."
Mia tentou disfarçar o sorriso, mas seus olhos brilhavam ao ver que ele realmente havia trazido o café.
"Rita, prepara a sala ao lado para o Arango—ele é o nosso CEO-in-training." Ela deu um sorrisinho debochado antes de olhar para ele que se sentou à sua frente, cruzando a perna sobre o joelho, mostrando-se bem à vontade.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Volverlo a Intentar
Lãng mạnQuando Mia Colucci recebe a notícia de que seu pai está internado em estado grave, ela entra no primeiro avião rumo ao México. Pouco ela imaginava que esse retorno à sua terra natal impulsionaria um reencontro com seu ex-noivo, Miguel Arango, após 1...