Um pequeno capítulo de gostosuras (e algumas travessuras) pra vocês!
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"Você não vai mesmo me dizer?" Mia resmungou enquanto saboreava seu sorvete de pistache. Os dois estavam sentados em uma dessas mesinhas ao ar livre, sob a sombra de uma castanheira e o Dr. Treviño acabara de ir embora.
Eles haviam revisado e assinado todos os documentos e formulários referentes ao pedido de adoção da Lila que seria entregue à vara da família naquela mesma tarde pelo advogado e foram deixados com o dever de casa de coletar cartas de familiares, vizinhos, professores, pais da escola, pediatra e quem mais pudesse atestar que os dois eram pais dedicados e amorosos.
"Não, senhora. Vai ter que aguentar toda essa curiosidade até a noite." Miguel respondeu, com um sorriso que Mia queria estapear pra fora da cara dele.
"Ai, sinceramente, como é difícil ser eu. Você me largou com aquela bomba de ter que aprontar a Lila essa manhã e agora isso."
"Ela tava muito birrenta? Segunda é sempre o pior dia... É a ressaca do fim de semana. Mas eu deixei a lista e as coisas todas separadas na área de serviço—você não viu? Eu deixei o post-it com o aviso grudado no seu celular pra que você visse."
Mia fechou os olhos e respirou fundo, se chutando mentalmente. "Eu vi mas ignorei..." Ela cobriu o rosto com as mãos balançando a cabeça.
"E eu deixei o lanchinho dela pronto na porta da geladeira—com outro post-it."
"Que eu também não percebi." Mia bufou, "onde eu estava com a cabeça? E você seu caipira idiota—post-it? Por que não me mandou mensagem no celular como um ser normal?"
Miguel deu de ombros, mordendo os lábios querendo rir. "Por que eu sempre deixo recados em post-its no escritório? Pensei que você já estivesse acostumada..."
Mia revirou os olhos. "Só sei que há muito tempo não passava tanta raiva numa manhã. Acho que você me deve no mínimo uma sessão de massagem tailandesa."
"Pra compensar os cabelinhos brancos que vão aparecer?" Mia lançou um olhar mortal. "Olha, independente de qualquer coisa, de manhã é sempre essa loucura. Mesmo eu que já tô vacinado às vezes perco a paciência e me enrolo todo. Uma vez a Lila foi pra escola de pijama mesmo porque não encontrava uniforme limpo em lugar nenhum e ela fez a maior birra pra não querer vestir roupa."
"E ela dá muita birra? Por que na maior parte do tempo me parecia tão tranquila..."
"Sim, super tranquila 90% do tempo, mas esses 10%... Ah, Princesa..." Miguel fez uma careta. "De acordo com os livros que eu li é normal para a idade. A fase entre os dois e os quatro anos é tipo uma adolescência antes da adolescência, mas eu evito deixar ela me dobrar. Ela já é filha única e nós temos uma condição financeira muito boa... Eu não quero que ela fique uma criança mimada e insuportável, sabe?"
"Que nem eu era?" Mia perguntou, arqueando a sobrancelha.
Miguel deu uma risadinha, roubando um pouco do sorvete dela. "Um pouco."
"Miguel Arango! Então eu era uma garota mimada e insuportável? Por que ficou caidinho por mim então?" Ela perguntou já raivosa, dando um tapa no braço dele.
"Eu não sei, só sei que foi assim..." Ele respondeu com um sorriso de canto, dando de ombros. Mia quis matar, mas ao mesmo tempo achou bonitinho. "Na verdade, você sempre foi a garota mais linda que eu já vi e depois de conviver com você eu percebi que essa beleza não era só por fora."
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Volverlo a Intentar
RomanceQuando Mia Colucci recebe a notícia de que seu pai está internado em estado grave, ela entra no primeiro avião rumo ao México. Pouco ela imaginava que esse retorno à sua terra natal impulsionaria um reencontro com seu ex-noivo, Miguel Arango, após 1...