Arco E Flecha ( Trilogia Do Conto Do Cupido, Saga:Plantar)

Capítulo 37

__eu acordei nesse dia e a pedra ainda amostrava o nublado__ sim, quando começamos o dia antes de qualquer coisa amanhecer, não é ansiedade ou precipitação, estamos apenas erguendo-os na frente e os direcionando ao amanhecer. nossa condessa decidiu segurar o choro e seguir com a cabeça reta, pelas suas crianças, agora iremos acompanhar esse crescimento... mas nada nunca é o que parece ser. ela levantou botou sua calça de luta, um corpete e uma blusa bem larga por dentro do corpete, com fitas fez um nó no cabelo e o prendeu. assim levantou o colchão, pegou 10 das suas melhores adagas de ponta amarrou em um grosso pedaço de couro colocou encima da cama e começou a pegar fronhas de travesseiro. assim bem antes do amanhecer ela foi na surdina para o estabulo buscar um cavalo. e desse momento em diante nada além dela poderia se proteger, pois sem príncipes por perto... ela decidiu começar seriamente o treinamento das crianças. que estavam há sua espera perto de um estabulo do tamanho de um campo, perdido pela estrada antes do jardim.

__ senhorita condessa___ todas as crianças se curvaram  perante a condessa, que desceu imediatamente do cavalo com todos os seus utensílios.

__ aqui já não às uma condessa, aqui devem chamar a mim de " a mestre" e vocês serão os meus pupilos, não haverá cargo maior ou menor que esses. compreenderam?--- ela foi um pouco seria, mas não rude, não quis atacar ou ser superior ou manter um afastamento, apenas estava tentando dar postura as crianças, o que ao meu ver foi belamente feito.

--- sim mestre--- todas as crianças curvaram-se novamente._ a condessa sorriu e disse em sua mente "vejo que terei que ensinar a não curvarem-se". após guardar o cavalo, pegou sete fronhas de cama e encheu com a palha do seleiro, com os travesseiros fofos montou um obstáculo. na primeira linha tinha uma esteira com palhas  e logo na frente da esteira terminando, na ponta, há  três travesseiros, após, há mais dois travesseiros, e um travesseiro mais perto e outro muito longe do ultimo um travesseiro.

__ trouxeram suas adagas de madeira?__ as crianças tiraram de suas barrigas as adagas escondidas embaixo de trampo, e apontaram para condessa, amostrando suas posses.

--- bom, hoje iremos aprender um dos milhares de movimentos, a cada semana iremos aprender e repetir o treinamento varias vezes, montei amortecedores para não terem arranhões, prometi isso a seus pais, então bem vindos artilheiros.__ a condessa deixou suas dez adagas no chão, abertas na toalha de couro. todas as crianças ficaram encantadas, adagas forjadas com o melhor ferro e a ultima da fileira também mais desgastada era de tália, não que ela queira se desfazer dela, mas era uma escolha sem caminho, não para agora, mas para algum momento.

--- quero dá-las aos mais merecedores, amo todas essas adagas da ponta para o cabo. vou contar algo a vocês, a  ponta é bem afiada mas sem o cabo a ponta não seria tão boa, pois ela também espetaria vocês. uma adaga deve respeitar o dono, e para isso o dono deve conquistar o cabo para segurar ela. não vou mandar que simplesmente escolham uma__ ela olha com um olhar vago para as adagas--- essas adagas tem muito esforço, o dono de cada uma deve fazer o mesmo esforço para poder tê-las. aproximem-se de uma, em dois anos o treino será o mesmo, no ultimo farei conhecerem a historia delas, da mesma forma que elas conheceram.--- essa era a hora que eles deveriam correr de medo, mas todos estavam tão encantados com as adagas que não havia medo para vagar em seus corpos. 

__ sim mestra__ e todas as crianças gritaram em postura, isso fez o corpo de tália tremer. foi nesse instante que ela decidiu--- estou no local certo, fiz um boa decisão---pensou para si mesma

---- chega de papo, aproximem-se para a sua adaga escolhida," quem terá o bom gosto de escolher a minha? quem será tão burro ao ponto de escolher a mais desgastada"--- pensamentos assim ansiaram-na a pessoa que escolher deve ter garra, e pelo caminho mais andado ela já conseguiu notar os mais esforçados. dez crianças se aproximaram em fileira reta, os mais fortes realmente foram se alternando entre os menos desgastados aos mais desgastados... eu pude ouvir o pensamento de um deles, o que me suou mais banal.

---- se estar menos desgastada é por conta de sua capacidade em se defender, esse deve ser o melhor--- não foi em apenas um que ouvi esse surdino pensamento, a maioria pensava assim, houve uma correria para escolher mas nenhum escolheu por " sem opção" todos escolheram no mesmo instante e segundo, e para surpresa de tália Arpiar aproximou-se de sua adaga. o mais fraco e mais novo escolheu a mais bem desgastada, não sei se foi por pensar e queria ter descoberto, mas não consegui ouvir nada em sua mente, ela estava completamente vazia e em paz. tália franziu sua sobrancelha e olhou para cada um deles. assim retirou as adagas. e começou o treinamento. 

--- pé esquerdo para frente e pé direito para atrás--- ela olhou a postura desengonçada de cada um, juro que quase metade de cinco minutos foram para buscar o equilíbrio nessa simples posição. então mandou eles repetirem essa mesma posição e voltarem ao inicio umas trinta vezes, nisso o amanhecer já tinha se estendido, mas ainda havia tempo até o meio ponto. 

--- levantem a mão esquerda para o nordeste e a mão direita estendam  para atrás da orelha, fechem seus punhos e fiquem nessa posição sem desequilibrar por meio tempo-- ela observou e ninguém ainda tinha feito o que ordenou, então perguntou.

--- sabem para onde ficam o nordeste?--- todos abaixaram a cabeça e responderam, _"não, mestre"_  ela suspirou e concordou calmamente, bom, já sabíamos que chegaríamos aqui. ela pensou por uns segundos, mas talvez eles também não sabiam ler, um "com certeza" na verdade, então pegou suas adagas e fez uma rosa dos ventos, as menores foram formando-se o "noroeste, nordeste, sudeste, sudoeste" a diferença era perceptível por conta dos cabos das adagas, e assim ela explicou para onde eles deveriam apontar. antes ela tinha uma pergunta.

--- se não sabem a direção, como sabem onde é esquerda ou direita?-- um dos garotos mais velhos, ainda com 10 anos, aproximou seu passo e respondeu. __ mestre, havia uma boa vila a tempos distantes, também tinha medico, ele ensinou que onde ouvíamos batidas era a esquerda do coração, e do outro lado, aonde não havia movimento  repetido era direita___ então o garoto se afastou, tália já entendida de como deveria começar ensinando, pediu para eles retornarem as posições. e assim fizeram repetidas vezes, " esquerda, direita, nordeste, punho a trás da orelha"

--- digam em voz alta para não esquecerem--- (tália)

--- "ESQUERDA, DIREITA, NORDESTE E PUNHO ATRÁS DA ORELHA"__ repetiram tantas vezes que formaram diversos anagramas (diferentes formas de ordem). então ela gritou com todo seu folego__ corram os obstáculos__ eu senti um sorriso, verdadeiramente estava querendo rir, boas lembranças. nenhum deles completou os obstáculos, arpiar caiu assim que desequilibrou a posição. o meio dia estava menos da metade de acabar o ponto baixo da estrela( onze horas e quarenta e cinco minutos). então se despediu das crianças, pegou suas coisas, escondeu os obstáculos para usar novamente no próximo dia, montou o cavalo e foi direto para o castelo. onde tinha aulas de etiquetas a sua espera, e alguém bem nervoso com o reencontro... mas ela manteu sua cabeça levantada e respirou até o caminho, tão calma que poderia ter se misturado a gotículas de ar e ninguém perceberia diferença, isso em extremo assustou-me.