Capítulo 02

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Renata

Ouvi Grego buzinar na porta de casa e peguei a mochila do meu filho, indo abrir o portão. Pivete vai começar estudar numa escola particular perto do morro, tá todo ansioso pra saber como é a nova escola. Antes ele estudava aqui mermo.

Renata: Te comporta e não fala com nenhum estranho. - beijei a cabeça dele. - não é pra falar com nenhum estranho mesmo, qualquer coisa me liga.

Igor: Tô ligado, mãe. Relaxa. - beijou minha mão, pegando a mochila e entrando no carro.

Fiz toque com Grego e ele saiu. Hoje é o primeiro dia de aula do meu pivete. Igor vai estudar na mesma escola que a filha de Grego, por isso ele vai com eles.

Fico mó boba vendo o quanto ele cresceu rápido. Tempo voa! Parece até que foi ontem que meu menino nasceu, cé louco irmão, foi mó emoção mermo. Me lembro que quando ele nasceu eu nem acreditava, era nova ainda, né?! Primeira noite foi de boa mas depois eu já não aguentava mais, toda hora ele chorava e ainda dava um trabalhão pra dormir, pai dele pedia pra eu ter calma, tá ligado? Mas era complicado pq eu não esperava de jeito nenhum essa gravidez e, nossa, foi um choque pra mim.

Meu pai era chato pra caramba nessa época, falava que isso tudo só ia me atrapalhar, mas até que agora ele parou com isso e gosta do neto.

Passei altos e baixos com Talibã, muito nós já padeceu, mas hoje em dia nós tá bem! Muitos bagulho que ouvi só serviu pra me fortalecer, é graças ao que passei que hoje consigo ser essa mulher forte que peita de frente mermo com os problema e não baixa a cabeça pra nada.

Fechei o portão e fui andando pra boca. Quando cheguei lá falei com uns soldado que tava sentado na escadaria e fui pra sala do meu marido.

Talibã: Se liga, irmã. Eu tenho mulher, deu pra sacar? - ouvi antes de entrar.

--- Ah, mas...

Renata: Mas nada. - quando ela me viu abriu maior olho, toda sem graça. - mete o pé, bora. Rala peito!

Ela passou de cabeça baixa perto de mim e eu entrei, fechando a porta. Talibã levantou e veio me abraçar na maior frescura.

Renata: Te digo mais nada não. - apontei o dedo. Ele revirou olho, jogando a cabeça pra trás e depois me olhando. - Talibã, se elas ainda insiste é pq tu num bota moral.

Talibã: Tô fazendo nada não, pô. - falou bem pertinho do meu rosto.

Renata: Sou teus parceiro não, se liga, em. - apertei de leve o pescoço dele. Ele sorriu de canto e me beijou. - tiver de mironga eu corto teu pescoço.

Talibã: Só tenho olhos pra tu, gatinha. - apertou minha cintura, beijando meu pescoço. Cadê a cria?

Renata: Já foi pra escola. - ele sentou no sofá e me puxou pra sentar no colo dele, me encostei no peito do mesmo, colocando a cabeça em seu ombro. - amor...

Talibã: Hum?! - colocou a mão na minha coxa.

Renata: Tu acha que é seguro Igor estudar nessa escola? Fico com medo de qualquer hora alguém tentar fazer alguma coisa de ruim pra ele.

Talibã: Que nada, vai acontecer parada nenhuma. Tem segurança, câmera, tudo lá... Ninguém vai tentar fazer nada.

Renata: Se tu diz né. - ele balançou a cabeça concordando.

Renata - 28 anos


Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora