Capítulo 08

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Talibã

Esperei geral ir falar com Sam pra eu poder me sair dali, quando botei a cara fora do salão a primeira coisa que vi foi o fulano encostado na parede olhando pra minha mulher, ela tava de costas, um pouco longe.

Talibã: E aí, parceiro. - cheguei perto dele, que logo me olhou todo sem jeito.

Basílio: Quanto tempo, mermão. - fez toque comigo. O fingimento dele é o que  mais impressiona pq ele tava numa mesa ao lado da minha e fez de conta que nem me conhecia.

Faz uma cota que eu tô palmeando esse vacilão. Quando Renata tava na mesa comigo ele toda hora olhava e a minha vontade era só de arrancar o olho dele, papo reto mermo. Já percebi as segunda intenção, tá no olhar dele e eu num tô me agradando nem um pouco disso.

Ele quase nunca vem nas reunião do comando,   participa só pelo celular mermo. Uma vez ele até foi lá em casa, só que Renata não tava lá, mas ele viu uma foto nossa, tá ligado? Ela num conhece ele, mas ele conhece muito bem ela, já troquei umas idéia com ele e até cheguei falar como conheci ela e o que passei pra chegar onde tô hoje.

Basílio: Fiel ou amante? - apontou.

É muita coragem mesmo, nessa vida a gente se bate com cada malandro que nós até se impressiona com a cara de pau do sujeito.

Talibã: Tá maluco, irmão. Que bagulho de amante? É minha mulher!

Basílio: Pode até ser mulher, mas vai dizer que tu nem tem umas na rua?! - falou cheio de deboche e eu já não tava entendendo legal.

Talibã: Não preciso trair minha mulher. O dia que num der mais certo entre nós, aí sim eu largo e procuro outra, mas nem penso nisso, pq aquela ali só a morte pra separar nós, se ligou?

Basílio: Tô ligado. - falou irônico.

Talibã: Qual a tua, mermão? Tô mais entendendo o motivo desse teu deboche, não.

Basílio: Ih, tá de mironga uma hora dessa? - se fez logo de santo.

Talibã: Eu que te pergunto isso, meu cria. Pq faz hora que eu tô vendo tu com tuas segunda intenção pro lado da minha mulher. - falei bolado e ele só se fazia de desentendido.

Basílio: Acalma os nervos parceiro. - levantou os braços em forma de rendimento.

Talibã: Eu acho bom é tu tirar o olho dela, pq se não tu nunca mais vai olhar pra mulher nenhuma, papo dez mermo.

Basílio: Tá me chamando de talarico? - encheu peito pra cima de mim. Eu até acho graça desse cara pq ele tá errado e mermo assim quer bater de frente comigo.

Talibã: Tô! E daí? Vai fazer o quê?

Basílio: Relaxa, não costumo perder meu tempo com pouca coisa.

Grego: O que tá pegando? - perguntou se chegando.

Talibã: Esse vacilão que tá querendo morrer aí.

Basílio: Morrer pq? Pega visão mermão, nem de resto e coisa usada eu gosto. - bateu no meu peito e o ódio me consumiu nessa hora.

Dei um soco nele e ele cambaleou, quando tentou me bater eu fui pra cima e chutei a barriga dele, quando ele caiu eu chutei mais ainda.

Grego: Para, mano. Num dá atenção pq é isso que ele quer. - me puxou e o outro ficou lá só olhando e rindo.

Renata: Amor, calma. Para com isso. - chegou perto de mim, ficando na minha frente.

Basílio: Pois é, mano, te acalma. Esse caô todo eu num sei pra quê. - levantou, limpando o sangue que escorria da boca dele. Grego me soltou, empurrando ele e falando alguma coisa que não deu pra eu ouvir.

Renata: Vamo embora, por favor. - pegou na minha mão me puxando e eu fui andando com ela.

Basílio: Isso mermo, princesa, leva teu estressadinho pra casa. - falou alto.

Nem olhei pra trás, continuei andando pq minha cabeça já tava doendo de tanta raiva que passei hoje. Entrei no carro e Renata também, ela não quis nem falar nada pq sabe que eu não tô com paciência nem pra explicar o que aconteceu.

Papo reto, foi por esses motivo que me afastei de Basílio, pq ele sempre foi assim. Próxima vez que ele cruzar meu caminho o bagulho vai ficar doido. Mexer comigo até pode, mas mexer com a minha mulher aí já não aceito!

Vou nem buscar Igor, uma hora dessa ele já deve tá dormindo e não quero incomodar o sono do meu pivete.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora