Eu, o Morro e Ela

Capítulo 37

Renata

Tava jogando vôlei quando meu celular vibrou várias vezes no meu bolso, fiz sinal com a mão pras meninas e pedi pra parar o jogo. Peguei o celular e tinha notificação de um número desconhecido, pensei até que fosse alguém conhecido que trocou de número e tava querendo falar comigo, mas pra minha surpresa era a tal da Solange, ela mandou a localização de um hotel que é até aqui perto e o número do quarto que ela tava.

É muita cara de pau mermo, a gente não pode nem sair que essa praga vem atrás, mas vai ser hoje que eu vou amassar a cara dessa piranha. Ela vai ver só!

De longe olhei Talibã e chamei ele, só que o mesmo não ouviu. Ele disse que não ia sair pra canto nenhum agora à noite, se pá que mudou de idéia.

Renata: Aí galera, foi mal, mas tenho que ir ali rapidinho. - elas concordaram e eu saí correndo pra tentar acompanhar ele, chamei mais uma vez, e nada.

Achei estranho pra onde ele tava indo, mas nem quis ficar de neura. Fui seguindo até que ele entrou no dito cujo hotel, meu coração até errou as batidas nessa hora. Deixei passar uns minuto e entrei também, fui pelo elevador pq vá que eu tope com ele pela escada né.

Me aproximei devagar e coloquei o ouvido na porta, rezando pra que não fosse nada do que eu tava pensando e que ninguém abrisse a porta.

Solange: Eu sabia que tu vinha. Sentiu saudades da tua loira, não foi?

Talibã: Pô, gata, tem nem como negar... Esse teu jeito maluco me viciou. - me afastei um pouco e respirei com calma.

Eu não acredito que isso realmente tá acontecendo, só pode ser algum engano, acho que deve ser pesadelo ou pegadinha.

Olhei pros canto e esperei ter câmera e o Silvio Santos aparecer me dizendo que era só uma brincadeira, mas não, era isso mermo que eu tava ouvindo.

Ontem de manhã acordei e ele tava me olhando com um olhar tão apaixonado, acabou que eu dormi de novo e quando acordei ele fez café da manhã e levou na cama pra mim e falou olhando nos meus olhos e quanto ele me amava.

Hoje de manhã ele me acordou e também disse o quanto me amava e que queria passar o resto da vida dele ao meu lado e eu acreditei em tudo que ele me disse. Como eu pude ser tão burra assim? Papo reto, eu tô com ódio de mim mesma.

Solange: Fala que eu sou tua, vai. Fala pro Brasil inteiro ouvir que eu sou apenas tua e de mais ninguém!

Talibã: Tu é apenas minha, minha e de mais ninguém. - tapei a boca quando quase que por impulso gritei de raiva. Mano, minha única vontade é de sumir.

Solange: Sou de quem?

Talibã: Minha! - comecei suar frio, passei a mão no rosto e fui andando devagar, saindo dali. Me encostei na parede, tentando parar de tremer, mas nessa hora nada que eu conseguia fazer.

Quando consegui me acalmar desci e fui andando pra uma barraca que fica de frente pro hotel. Sentei e enxuguei as lágrima.

--- Moça, tá tudo bem? - o homem se encostou no balcão, me olhando preocupado.

Renata: Não. - falei baixo, ele pegou uma garrafa com água no freezer e me deu. Tomei a água e ele ficou me olhando como se quisesse perguntar alguma coisa, mas logo foi atender as outras pessoa.