Capítulo 29

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Talibã

Saí da casa de Solange e fui andando pra minha, quando cheguei não tinha ninguém na sala. Entrei no quarto e Renata tava sentada na cama lendo o livro que Adrian deu pra ela.

Passei direto pro banheiro, quando saí foi de banho tomado e me vesti lá mermo. Renata não falou nada e nem me olhou, continuou lendo.

Talibã: Que parada foi essa que tu aprontou hoje? - perguntei depois de muito tempo parado olhando pra ela. - mó despesa viu, a sorte é que pelo menos o carro teve concerto, mas em compensação era mais fácil comprar um novo.

Renata: Chegou tarde pq? - ignorou o que eu falei, ainda sem me olhar.

Talibã: Pq tava na boca, amor. - ela fechou os olhos, respirando fundo. - que foi, em?

Hoje dei o papo pra Solange que se ela continuar de caô pro lado da minha mulher, ela vai catar as tralha dela e vai vazar daqui da favela. Não quero minha dona perdendo a cabeça por causa de piranha nenhuma, pq por essa eu dou até minha vida e só quero ver ela feliz.

Tranquei a porta e deitei, peguei meu celular e fui olhar o twitter, desde ontem que não uso minhas rede social.

Talibã: Vida eu tava até pensando em nós ir dar um rolê amanhã, aí levo Adrian. Que tu acha? - ela pegou meu celular, jogando na parede. Doeu até na alma, pô mermão, comprei tá nem com uma semana. - coé, tá me tirando? - Ela subiu em cima de mim me batendo e num adiantou eu tentar segurar ou me defender pq ela não parava. - calma, Renata, calma. - falei mas ela continuou, quando apertou meu pescoço peguei no pulso dela, puxando e sentia as unha dela quase arrancado meu couro. Poxa, pior que essa foi eu que paguei, soubesse tinha dito pra deixar curta mermo.

Empurrei ela em cima da cama e levantei rápido, me afastando. Me olhei no espelho do banheiro, meu rosto e meu pescoço tava tudo arranhado e o canto da minha boca tava sangrando. Passei um lenço molhado, e depois voltei pro quarto vendo ela na janela.

Bagulho doido, parceiro. Agora tá ardendo pra caramba, espero que até amanhã já tenha sumido, num tô afim de sair marcado.

Renata: Tu tá me traindo?

Talibã: Não. - falei normal. - eu pensei que tu me conhecesse, mas pelo que tô vendo... Da tua parte não existe mais confiança.

Renata: Talibã, tu sabe muito bem que eu te amo e que nunca seria capaz de mentir ou te enganar, então por favor, não vacila comigo.

Talibã: Eu sei pô, eu também te amo.

Ela começou chorar e isso me quebrou, na moral. Me aproximei e abracei ela, que chorou mais ainda. Quando foi que eu deixei isso acontecer? Logo eu que sempre fui fiel à minha mulher, uma coisa dessa nunca aconteceu aqui em casa, isso tem que acabar! Amanhã vou na casa daquela outra botar um ponto final nisso.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora