Capítulo 11

276 18 0
                                    

Renata

Tava uns dias sem ver minha mãe, hoje vim na casa dela. Ajudei abrir o restaurante e limpei umas parada com ela. Meu pai nunca mais vi e nem quero, ele só fica de caô pro meu lado, mando logo vazar! Ajudo, faço até uma fé pra ele, mas num gosto de ter muito contanto pq dois minuto à mais perto dele a briga pra começa. Realmente, pro que ele era antes, hoje em dia tá bem melhor, só que não deixa de ser o mermo velho chato de antes.

Caminhão das verdura descarregou aqui e eu aproveitei pra ajudar o moço colocar as caixa no depósito, paguei e fui terminar de arrumar enquanto minha mãe tava na cozinha preparando tudo pra hora do almoço. Os mano chega na larica mermo, aí tem que comer um rango como pô? De responsa!

Quando terminei fui ver se ela precisava de ajuda, só que já tava tudo pronto. Ainda tava cedo, mas tinha gente que tava chegando do plantão agora então encostava logo pra comer.

Renata: Tá faltando mais nada, não?

Miriam: Arroz acabou já, deu pra fazer muito não.

Renata: E pq tu num me disse antes, coroa? - fiz um coque no meu cabelo, arrumando minha blusa. - eu compro e tu faz aí rapidinho, morô?

Miriam: Acha que dá tempo?

Renata: Dá sim. - peguei minha carteira e saí andando.

Quando fui dobrando a esquina tinha uma loira encostada num muro, deve tá bem pagando promessa pra ficar fazendo charme em pleno sol de nove horas. Percebi o deboche no olhar dela, então passei e fingi que não vi.

--- Ei. - fez psiu e antes de eu olhar pra ela respirei fundo. Peço paciência, nada mais! Espero que não venha com nenhuma gracinha pro meu lado, pq se não ela pega o dela e vai ser hoje.

Renata: Oi, bom dia! - voltei com um sorriso de canto a canto. Eita como é educada! Mas tem que ser assim mermo, pq patroa tem que tratar todo mundo bem.

--- Bom dia. - sorriu simpática. Até agora parece ser gente boa, julguei antes da hora. - você pode me dizer onde fica a boca de fumo? É que me mudei pra cá tem poucos dias e queria alugar uma casa.

Renata: Assim, é um pouco longe daqui, se cê quiser eu posso chamar um parceiro meu pra te levar lá. - ela ficou com um pé atrás, mas aceitou. Liguei pro Keron e deu nem muito tempo ele já tava aqui. A mulher me agradeceu e foi.

Ah, ia passar sem falar mesmo, tô nem aí também. Percebi que ela tava sim me olhando com deboche... Mas talvez é só o jeito dela, e se for? Se pá que eu já tô é ficando paranóica com tudo e todos, isso sim. Pelo menos depois fui educada, é isso que importa.

Cheguei no comércio e fui ver o arroz que tinha, escolhi e pedi pro entregador deixar dois fardos lá pra minha mãe. Perguntei pro seu Antônio quanto tava a conta da minha mãe e ele me deu o caderninho com as anotação, faltava ela pagar só quinhentos, aproveitei e paguei logo junto com o arroz.

Ela faz as compras aqui no comércio dele, aí paga sempre no final do mês quando ver quanto de lucro teve, mas geralmente eu venho antes e sempre pago.

...

Igor: Segura aí ó. - me entregou a camisa e o celular, piscando pra mim.

Renata: Amassa esses otário, pivete. - ri e ele negou com a cabeça, gargalhando.

Coloquei a camisa dele na minha perna e o celular na cintura. Simone acendeu um fino pra mim, embaralhando as cartas... Se tem um bagulho que eu goste pra caramba é jogar uno, se deixar passo a tarde inteira marolando.

Simone: E aquela loira de farmácia, em?! - olhou pra ela e eu virei disfarçando pra olhar também. Era a mesma de hoje de manhã, ela tava sozinha encostada na grade olhando os meninos jogando.

Renata: Se mudou têm poucos dia, pô. - dei um trago no cigarro, soltando a fumaça devagar.

Simone: Tem cara de nojenta. Passei perto dela outro dia e ela me olhou no maior deboche. - é, é o jeito dela!

Renata: Pensei que era paranóia minha. - ela negou com a cabeça e começou falar os mil e não sei quantos motivos de não ter gostado da mulher.

Depois de mó tempão dispiei pra base. Igor enrolou, enrolou mas logo foi banhar. Antes de vir pra casa a gente encostou no restaurante da minha mãe e comeu, aí só comprei uma marmita pra Talibã mermo e um hambúrguer pra Igor, pq o bonito tem uma fome maior que ele. Não tinha nada pra fazer então deitei no sofá e botei num filme qualquer. Depois de um tempo o guri veio dizer que já ia dormir e perguntou se eu ia esperar o pai dele chegar, disse que sim e ele foi pro quarto.


Achei que já tava demorando muito então liguei, mas adiantou nada pq ele não atendeu. Fiquei mexendo no celular e acabei pegando no sono.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora