Capítulo 39

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Renata

O repórter mais uma vez respirou fundo e ajeitou o óculos.

--- Qual a última vez que você viu o seu filho?

Renata: No dia do meu julgamento.

--- Você vai sair amanhã não é mesmo? - sorri feliz.

Renata: Sim. Minha pena foi reduzida por causa do bom comportamento, saca? E também vou fazer serviço comunitário num asilo. - falei animada.

Tô mó animada pra sair daqui, já fiquei vinte anos pô, tempo pá caramba, né não? Mas o importante é que meu advogado conseguiu fazer eu sair antes, aí agora eu vou prestar serviço direitinho pra num voltar pra cá novamente.

Peguei oito anos por associação criminosa e vinte e quatro pelo assassinato dos dois, foi diminuído quatro anos então durante esses próximos dez eu vou trabalhar pra pagar.

Quando o repórter decidiu parar de me fazer pergunta, voltei pra cela e fiquei lá contando os minuto pra amanhecer e eu ir pra casa. Tô ansiosa e ao mermo tempo nervosa, pq pelo que Simone me falou, Igor disse que não ia amanhã.

Se pá que meu filho me odeia. Nádia não quis deixar ele ir morar com Simone, então ele cresceu no meio daquele povo que pelo que fiquei sabendo, querem minha cabeça numa bandeja. Até entendo. Minha minha disse que mermo pelo que fiz Nádia sempre tentou trazer Igor aqui pra me ver e até ensinou que não importa o que eu fiz, sempre vou ser mãe dele e que nada muda o fato de eu amar ele, mas o moleque é cabeça dura. Se ele não quiser ir, vai doer pá caramba, só que também não posso obrigar ninguém me perdoar e muito menos gostar de mim.


Fora que ainda tô viva só pq minha mãe pediu pra Grego não fazer nada, mas se não fosse por isso eu já tinha rodado a muito tempo. Não posso ir na Cdd novamente, aí Simone e ela preferiram se mudar e então nós vamo morar em Sepetiba.

Renata: Ah, tô ansiosa. - Lila riu, apertando de leve na minha perna.

Lila: Próximo mês vou sair também, só que não quero ficar ansiosa, pq assim vai demorar mais. - ajeitou o cabelo.

Renata: Faz o favor de num perder o número, pô, quando tu sair quero dá um rolê contigo. - encostei minha cabeça na parede. - será como meu pivete vai reagir?

Lila: Pra ser sincera contigo, consigo nem imaginar.

Renata: É mas vai dar tudo certo.

O guarda passou batendo na grade dizendo que tava na hora de dormir e Lila foi pra cama dela, me ajeitei na minha, me enrolando com o lençol. Tô nem com sono, negócio que nós deita logo que é pra não pagar de desobediente.

Aprendi muitas parada aqui no presídio. Aqui nós num pode confiar em ninguém, só que Lila se tornou uma pessoa mó importante pra mim, ela foi um dos meus motivo pra sempre manter o sorriso no rosto e não desanimar aqui. Devo muita coisa à ela, tem nem como negar.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora