Capítulo 04

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Jhenifer

Na moral, Caíque só me estressa! Ontem ele foi pra uma resenha na pista e só chegou hoje de manhã, e nem me disse nada que ia. Tô ligada que sou apenas namorada dele e não mãe, mas acho que ele tem sim que me dizer pra onde vai.

Tô namorando com ele já faz três anos, mas tô pensando seriamente na separação. Ah, chega um ponto na nossa vida que a gente cansa, saca? Fica chata essa rotina de tudo ter que reclamar pra tal pessoa, ter que todo dia falar as merma parada. Sem neurose, eu não tenho mais paciência pra isso, não.

Meu pai entrou no quarto e sentou na minha poltrona, olhando pra mim.

Fábio: Minha filha, fala pra mim... O que tá rolando?

Jhenifer: Nada, pô. Pq?

Fábio: Nádia disse que tu chegou em casa e não falou com ninguém, não comeu...

Jhenifer: Problema da escola, tá ligado? Nada de mais, precisa preocupar não. - ele sorriu de leve, levantando e beijando minha testa.

Fábio: Se precisar conversar, ou, sei lá, qualquer parada... Eu e tua mãe vamo tá sempre aqui. - fez toque comigo e saiu.

Levantei da cama e peguei meu celular, colocando no meu bolso, vesti a camisa do Grego que ele deixou aqui no meu quarto e fui pra sala, minha mãe tava lá.

Jhenifer: Gente, tô indo ali mas prometo que antes de sete da noite eu volto. - falei pra eles dois.

Nádia: Pra onde vai?

Jhenifer: Vou visitar Priscila. - ela concordou e eu saí.

Ficar só em casa é chato, tenho que me distrair, pensar sobre meu relacionamento e minha vida. Acho que final de semana vou dar um peão na pista, quero sair um pouco.

Igor tava brincando sozinho na rua da casa dele e quando me viu veio correndo falar comigo, olhei pro bar que tem no canto da rua e Caíque tava lá, ele começou me chamar mas eu ignorei e continuei andando.

Caíque: Ei, tá me ouvindo não? - parei e virei, olhando pra ele. - espera aí, cara. Bora conversar.

Jhenifer: Qual é, Caíque? - Ele veio andando pra perto de mim.

Caíque: Quero trocar idéia contigo. - pegou no meu braço e já queria sair me puxando.

Jhenifer: Não, me solta. Tá maluco? Tenho nada pra falar contigo não. - puxei meu braço.

Caíque: Bora! - pegou meu braço de novo, me apertando.

Igor: Solta ela, rapá. Tá chapando? - empurrou ele, tentando fazer o mesmo me soltar.

Caíque: Aí, pivete, o papo aqui é entre eu e ela.

Igor: Mas se tu quiser pode ser com meu pai também. - na merma hora ele me soltou, se afastando um pouco.

Caíque: Quero problema com ninguém, pô. - parou logo com a palhaçada dele. - só queria conversar contigo mermo, bora lá em casa?

Jhenifer: Igor, eu vou lá, beleza? - ele concordou.

Igor: Se precisar é só me avisar. - falou como se ele realmente tivesse toda essa força que ele pensa que tem pra me defender, eu só olho.

Jhenifer: Tá bom. Valeu aí. - ele balançou a cabeça e quando foi saindo olhou de cara fechada pra Caíque. - bora.

Ele não disse mais nada, só foi andando comigo, ainda tentou segurar minha mão e passar o braço em volta da minha cintura mas me afastei.

Quando nós chegou ele abriu a porta e eu passei na frente indo pro quarto dele, mal sentei na cama e ele começou logo falar uma pá de coisa, dizendo que tudo eu me estresso e não sei mais o quê, por isso, por isso e por aquilo. Ai eu nem dei atenção pro que ele tava falando, só vim aqui mermo pra depois ele não ficar dizendo que não faço questão de nada.

Caíque: Tá prestando atenção no que eu tô te falando? - respondi que não e ele se estressou, apontando dedo no meu rosto. - papo reto, eu num tô mais aturando isso.

Jhenifer: Baixa o dedo. - virei meu rosto pro outro lado e ele continuou, me irritei e bati forte na mão dele.

Caíque: Qual é a tua, Jheni? Tô mais te entendendo não. - enrolou meu cabelo na mão dele, puxando forte.

Jhenifer: Me solta, me solta! - ele me soltou, fazendo eu cair. Quando se tocou na besteira que fez me olhou todo assustado e ainda tentou me ajudar, mas eu não quis e levantei sozinha. - pode colocar um ponto final na nossa história pq ela acabou aqui e agora! - limpei minha roupa e saí dali.

Nem meu pai não me bate, rapá. Vê se pode agora esse outro querer dar um de bonito pro meu lado, ah, me poupe.

Jhenifer - 16 anos

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora