Talibã
Mas eu só quero saber mermo quando Renata vai parar de caô, não sei que bicho mordeu ela, só sei que desde a hora que chegou tá num estresse fora do normal que eu tenho medo até de chegar perto dela. Problema era que ela queria descansar, aí depois que acordou tá pior do que antes.
Nem fiquei em casa, saí logo pq hoje não tô afim de brigar com ela e muito menos de me estressar. Como eu num tinha nada pra fazer então fui jogar bola, Igor foi pra casa da minha mãe e a dona encrenca saiu não sei pra onde, também nem fiz questão de perguntar pq se não era capaz dela me engolir vivo!
Tenho que fazer as pazes logo com minha gata pq não aguento ficar sem meu grude, e fora que amanhã tem baile né pô, tenho que chegar com minha primeira dama do lado. Essas oferecida daqui do morro fica babando quando passo com ela, gosto mermo de esfregar na cara delas que esse lugar é só dela e de mais ninguém.
Quando cansei sentei num banco e mandei um menorzinho que tava por lá me enchendo de pergunta ir comprar água pra mim, ele foi e trouxe o troco direitinho.
--- Tio, minha vó diz que é feio pedir... Mas tu me dá o troco? Só um realzinho. - gargalhei baixo pela forma que ele falou.
Talibã: Quer o dinheiro pra quê? - ele sorriu com vergonha, enrolando no dedo o fio da bermuda dele.
--- É pra eu comprar um presente pra minha mãe. Hoje é aniversário dela, sabe? Aí eu queria dar uma lembrancinha pra ela.
Talibã: Qual teu nome mermo?
--- Adrian.
Talibã: Nome da hora. - terminei de beber a água, jogando a garrafa no lixo. - bora lá, eu compro pra ela o presente que tu quiser. - ele sorriu todo feliz, pegando na minha mão e me puxando pra não muito longe. Era uma loja que vendia até que umas parada da hora, ficava perto da quadra mas eu nunca tinha vindo aqui. - vai querer o quê?
Adrian: Uma flor daquela ali. - apontou e foi pegar. Era uma rosa mó bonitinha de plástico. - será que ela vai gostar?
Talibã: Acho que sim, mas pq não um buquê? - mostrei pra ele, que logo negou com a cabeça.
Adrian: Lá não tem espaço suficiente, melhor levar só essa aqui. - eu não disse mais nada, só concordei e perguntei pra atendente quanto era a flor. Ela disse que era dois reais e eu paguei, saindo dali com o pivete.
Adrian: Quer ir lá comigo?
Talibã: Quero. - ele sorriu todo contente e eu fui andando do lado dele.
Nós foi o caminho todo batendo papo, ele perguntando como era ser dono do morro e eu contava tudo detalhado. Me distraí tanto conversando com ele que nem prestei atenção por onde passava e quando olhei tava em frente o cemitério, até estranhei mas ele disse que a mãe dele tava lá esperando então eu imaginei que ela foi visitar algum parente morto né. Nós andou, andou e chegou perto de um túmulo.
Adrian: Pronto, mãe. Tá aqui o presente que prometi. - colocou a flor lá em cima. Por essa eu até esperava, mas num queria aceitar. O que me restou foi sentar por lá. Esperei por mó cota ele terminar de bater um papo com a mãe dele, mas nem me importei com a demora. E o sinistro é que ele não parecia tá triste, ficou numa boa mermo.
Quando terminou se despediu e me chamou pra nós ir embora, me agradeceu e pediu desculpa pela demora. Como já tinha dado o horário dele ir pra casa então fui levar ele.
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Eu, o Morro e Ela
Fanfiction"A traição é uma parada sem limite, tá ligado? Da noite pro dia ela vira tua vida e te faz dormir em um sono profundo... O amor não é diferente, pq ele pode ser a melhor sensação que tu sente, mas também pode ser a última."