Capítulo 19

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Renata

Nossa, como minha mente tá rodando, chega pesar e meu corpo, ah, meu corpo tá quebrado! Ontem à noite tive um pesadelo horrível. Bebi tanto que não me lembro nem da hora que Talibã me trouxe pra casa, e muito menos como. Sono tá tão bom que dá vontade de ficar deitada aqui pra sempre, mas tá desconfortável pá caramba.

Caiu uma gota de água no meu rosto, abri os olhos bem devagar, olhei tudo ao meu redor e tive a certeza de que nada daquilo foi um pesadelo. Caraca menor, onde que eu tô? Só tinha uma telha transparente no teto e uma bendita goteira bem em cima de mim.

Tem nem uma cadeira. Mó mancada. Levantei e fui andando até a porta, tentei abrir mas tava trancada, comecei chutar ela no maior ódio chamando pra ver se alguém vinha pelo menos me explicar que palhaçada é essa.

Ouvi passos e destrancaram a porta, me afastei e um alguém entrou, vindo logo pra cima de mim. Meu olho ardeu por causa da claridade e não deu nem pra eu reconhecer o homem.

--- Qual o problema? Tá querendo morrer antes da hora é? - me encostou na parede, apertando com força meu rosto.

Renata: Tira a mão de mim! - ele sorriu malicioso beijando o canto da minha boca. Meu estômago até embrulhou nessa hora, papo reto. - seu nojento. Porco! - tentei empurrar e ele mordeu meu ombro, me fazendo gritar alto chorando de tanta dor.

--- Não chora, cala a boca! - rasgou meu vestido com mó ignorância e acabou me machucando. Gritei mais alto ainda pedindo socorro e ele me jogou no chão, chutando forte minha barriga. Sem neurose, vi até as nuvem nessa hora. - relaxa, donzela, mais tarde tô aqui pra te ver. Vai dar nem tempo de sentir saudade. - piscou pra mim, mandando beijo e depois saiu gargalhando.

Me encolhi ali naquele chão frio e rezei pra que Talibã conseguisse me tirar daqui com vida. Ainda bem que sempre uso short fino por baixo de qualquer vestido, pq foi o único que sobrou agora. Peguei os pano rasgado e cobri meu peito, me virando de costas pra porta.

Será como Igor tá? Saudades do meu menor, só queria um abraço dele agora. Talibã deve tá preocupadão comigo, minha coroa então... Gosto nem de pensar como deve tá a mente dela. Ouvi alguém entrar mais uma vez e nem quis virar pra olhar quem era.

--- Tá acordada? - tocou no meu braço. Olhei por cima do ombro e ele sorriu de leve, mostrando a comida que trouxe pra mim. Quando viu o estado que eu tava tirou a camisa dele e ajudou eu me vestir, agradeci e ele colocou o prato com comida no meu colo, nem esperei muito pra começar logo comer. Larica tá daquele jeito!

Depois que terminei ele saiu e deixou só uma garrafa d'água pra mim. Deitei e fiquei ali tentando lembrar do que aconteceu ontem, mas foi tudo em vão. Pelo que tô vendo, minha única opção vai ser esperar Talibã ou uma boa oportunidade pra meter o pé daqui, pq se não eu vou rodar na mão desse alemão.

Eu, o Morro e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora