eu trazia batom vermelho em meus lábios
cor magenta fosco matizante
as pontas dos meus dedos faíscavam um vermelho vibrante
um vestido acetinado que escorria sobre o meu corpo como água
que lentamente contornava minha silhueta
você trazia uma rosa vermelha de plástico em suas mãos
e um anel de prata no indicador da sua mão esquerda com uma pedra vermelha na cor rubi
seu cheiro era de rosas durante a primavera e de carvalhos secos no verão
o brilho nas maçãs do seu lindo rosto
me fizeram delirar um céu estrelado e nele você era a estrela mais brilhante
a mais vibrante
em minhas botas vermelhas envernizadas
tentava equilibrar todo o descompasso e o desarranjo
que dentro de mim você estava causando
me sentia como um disco sendo tocado em uma vitrola
tudo rodava, tudo girava
era zonzo e era tonto o gosto dos poucos centímetros de distância que existia entre nós
a cada passo teu em minha direção
eu sentia o chão vibrar e o mundo pouco a pouco parar ao redor de mim
era só você.
e tudo estava vermelho
eu, você, as luzes da noite, o grafite na parede que estava atrás de você, os quadros de batom no vidro de um carro que estava na esquina
tudo vermelho
nossas mãos, nossos sonhos, nosso primeiro beijo
e como naipe de copas nos embaralhamos
nos misturamos
nos encontramos
no encontro dos nossos corações
tornamo-nos dois de copas.
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diário poesia
Poetrynotas poéticas diárias narradas como um diário escrito ao final de mais um longo dia onde nem sempre há espaço ou tempo que caiba poesia, mas que ao tirar seus pés de dentro do sapato apertado, soltar seus cabelos e descalço repousar serena sob as v...