Nota 113 - vermelho

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eu trazia batom vermelho em meus lábios
cor magenta fosco matizante
as pontas dos meus dedos faíscavam um vermelho vibrante
um vestido acetinado que escorria sobre o meu corpo como água
que lentamente contornava minha silhueta
você trazia uma rosa vermelha de plástico em suas mãos
e um anel de prata no indicador da sua mão esquerda com uma pedra vermelha na cor rubi
seu cheiro era de rosas durante a primavera e de carvalhos secos no verão
o brilho nas maçãs do seu lindo rosto
me fizeram delirar um céu estrelado e nele você era a estrela mais brilhante
a mais vibrante
em minhas botas vermelhas envernizadas
tentava equilibrar todo o descompasso e o desarranjo
que dentro de mim você estava causando
me sentia como um disco sendo tocado em uma vitrola
tudo rodava, tudo girava
era zonzo e era tonto o gosto dos poucos centímetros de distância que existia entre nós
a cada passo teu em minha direção
eu sentia o chão vibrar e o mundo pouco a pouco parar ao redor de mim
era só você.
e tudo estava vermelho
eu, você, as luzes da noite, o grafite na parede que estava atrás de você, os quadros de batom no vidro de um carro que estava na esquina
tudo vermelho
nossas mãos, nossos sonhos, nosso primeiro beijo
e como naipe de copas nos embaralhamos
nos misturamos
nos encontramos
no encontro dos nossos corações
tornamo-nos dois de copas.

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