talvez os cheiros das flores
nunca tenham ido embora dos meus dedos
seus néctares tenham encontrado em segredo
alguma passagem oportuna
por entre as vias da minha pele
e da derme de minha alma
sinto que
elas ficaram entranhadas
impregnadas. fincadas em mim.
eu sou fruto delas
ora nasci na primavera
numa alvorada serena
fui abençoada com um de seus nomes
nasci em um domingo
dia de Omolu e sua mãe, nossa mãe Nanã
dia de culto aos ancestrais
talvez por isso as flores
e a razão de terem me concebido
e me dado vindas ao mundo
o porque dos seus aromas
suas cores
suas sutilezas
suas somas
adentrarem por entre as janelas
da minha vida
e assim não me deixam esquecer
de cultivar
de cuidar e plantar
as minhas origens
sou natureza
terra
e raíz
as flores me despertam
para o mais bonito de mim.
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diário poesia
Poesianotas poéticas diárias narradas como um diário escrito ao final de mais um longo dia onde nem sempre há espaço ou tempo que caiba poesia, mas que ao tirar seus pés de dentro do sapato apertado, soltar seus cabelos e descalço repousar serena sob as v...