às vezes a pele estica demais. fica seca. ressecada. sem brilho. áspera. sem viço.
e o toque já não mais reconhece aquele
lugar. aquele espaço.
e você se pergunta será que são os meus
dedos. será que são as minhas mãos. será
que são os meus olhos. será se é algum
problema comigo.
e então você se descabela para hidratar.
restaurar. regenerar. e faz de tudo para
que aquele lugar. aquele espaço. volte a
ser o que já foi um dia.
mas é quando você percebe que não
adianta qual o seja o creme. não importa
qual seja o óleo vegetal. não importa qual seja o
milagre que prometa trazer vida de novo
àquele lugar. àquele espaço.
porque assim como a pele,
quando um relacionamento se desgasta
se resseca e perde o seu brilho
não há nada externo que faça ela se regenerar
a mudança tem que ser interna.
e o que sobra na superfície são as marcas
as ranhuras. as lacunas. e as estrias.
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diário poesia
Poesíanotas poéticas diárias narradas como um diário escrito ao final de mais um longo dia onde nem sempre há espaço ou tempo que caiba poesia, mas que ao tirar seus pés de dentro do sapato apertado, soltar seus cabelos e descalço repousar serena sob as v...