Nota 114 - 3x4

9 2 0
                                    

se lembra das noites de cerveja. das noites não dormidas sentados na varanda do 6º andar. das gargalhadas altas que ecoavam no silêncio da noite. e que sopravam como vento por entre as lacunas de todos aqueles prédios. o seu canto embriagado e desafinado nas canções de Belchior. você dizia somos eternos corações selvagens. esbarrávamos nas dobras dos nossos blusões. e cambaleávamos nos passos desengonçados de nossas meias três quartos. entre nossas malandragens dançávamos ao som de Cássia Eller e tudo o que pedíamos e queríamos era ser o poeta que finalmente aprendeu a amar.

diário poesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora