no relógio marcava
03:45
já acordava do meu
quarto cochilo
o vagão estava vazio
o barulho das portas
se abrindo e fechando
era o que me despertava
assustada
atenta para não perder
a minha parada
corria por cima dos trilhos
e sentia o tempo correndo de mim
diante dos meus olhos
os vidros embaçados
marcados por dedos e diálogos
me perguntava
de onde vem tão cansativo
é o jogo sobrevivo
onde a última coisa a se pensar é
se realmente estou vivo
os barulhos repetitivos
irritando a sensibilidade dos meus tímpanos
você ainda pensa em ter filho?
ser mãe talvez fosse o seu último suspiro
esforcei um sorriso ralo
como quem pede prazer em busca de alívio
e declarar mais um martírio?
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diário poesia
Puisinotas poéticas diárias narradas como um diário escrito ao final de mais um longo dia onde nem sempre há espaço ou tempo que caiba poesia, mas que ao tirar seus pés de dentro do sapato apertado, soltar seus cabelos e descalço repousar serena sob as v...