passei tempos sem dizer
tudo o que queria dizer
passei vidas a escrever
tudo o que queria viver.
deixei sonhos na estante
infestada por cupim
de minha memória frustrada.
por tanto pensar no que queria ser
morri sem saber quem de fato eu era.
quando acordei já tão distante
e vi meus olhos refletirem
a mesma sombra de antes
jurei a mim mesma nunca mais
voltar a ser tão figurante
e entregar a minha vida às mãos
do acaso.
sou escritora de mim
sou dona das minhas palavras
dos meus versos
dos meus anseios
dos meus pensamentos
dos meus desejos
dos meus sentimentos.
sou o poeta da minha própria poesia
aquela que recicla toda dor e agonia
e faz dali uma vírgula, uma linha ainda não dita
escrevo para não ser esquecida
e não porque desejo ser lembrada
mas para que eu não me esqueça de mim mesma.
na tentativa de transformar e fazer da minha vida
a minha maior e melhor aventura
porque a escrita me salvou de mim mesma
agora sou eu quem salva as minhas palavras
impressas, marcadas e eternizadas
nas linhas infinitas da imortalidade da minha alma.
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diário poesia
Poesíanotas poéticas diárias narradas como um diário escrito ao final de mais um longo dia onde nem sempre há espaço ou tempo que caiba poesia, mas que ao tirar seus pés de dentro do sapato apertado, soltar seus cabelos e descalço repousar serena sob as v...
