Nota 168 - interfaces

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repouso os meus olhos sob o mundo
vou além das montanhas
caminhando na ponta dos pés sobre a linha do horizonte
percebo que o céu não está tão longe
e que a luz não habita um lugar tão distante
vejo o tempo refletir por entre as prateleiras da estante
nas linhas expressivas da pele dos mais velhos
nas folhas secas que agora estão no chão
e que em breve voltarão ao princípio
de volta ao solo
dessa vez como sábias
carregando e entregando às profundezas da terra
toda a sua experiência. os seus conhecimentos. os seus aprendizados. os seus ensinamentos.
retornando ao ciclo da vida
não como semente, agora como ventre
germinando as interfaces da vida
de uma forma um tanto quanto diferente
uma forma de vida um pouco mais latente
com a constatação eminente de que viver é a prova mais pura da eternidade.

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