🍹 T? 52 C? 🍺

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Escrita com
Carolleite26 ♥️✨

Meses depois...

O tempo foi mais necessário do que eu imaginava. Me afastar do Nelson não foi um erro, mas sim algo valioso para nós dois, precisávamos cuidar das pessoas que amamos, sem tomarmos parte naquela situação, algo que nos doeu muito. Fabrício começou a trabalhar comigo no hospital, junto a um advogado, buscamos cada uma de suas vítimas, ele se desculpou e devolveu tudo que lhes era de direito. Não posso descrever o quão destruída estava com tudo aquilo, sabia o que cada uma sentia e nada seria capaz de apagar isso. Nenhuma delas quis prestar queixa e graças a Deus que mesmo com tudo desculparam ele e decidiram seguir. Minha mãe queria lhe acompanhar, mas isso era algo que me cabia como mãe e foi o que fiz. Ele estava sofrendo, focava o seu tempo na faculdade e no hospital, mas perdi as contas das noites que ele ficou em claro chorando. A audiência do meu divórcio finalmente havia sido marcada e o Nelson me acompanhou, assim como os meus pais e o meu filho. Saí de lá muito feliz, estava divorciada e o Salazar livre para viver com a outra. Decidi por mim não seguir com o processo, dele não aceitei nada, a casa ficou para os nossos filhos, no caso para a Marina e a sua avó. Fabrício estava morando com os meus pais e assim seria. Naquele mesmo dia, na saída do tribunal Nelson me pediu em casamento e eu aceitei.

Graças a Deus que ele e o Fabrício conversaram, ele explicou tudo e o meu amor percebeu que o meu filho realmente amava a Alondra, estava lutando por ela, apenas respeitando o seu tempo. Ele havia entregado tudo que ela lhe deu ao Nelson, que deixou a cargo de sua irmã. Só não pensem que o meu bom coração seguiu intacto com o Salazar. Apesar de retirar a queixa, aprontei um lindo espetáculo para ele na saída do fórum, risos. A Ginger foi perfeita naquela vingança, não sei qual foi a reação do Salazar, estava bastante ocupada comemorando o pedido de casamento com o meu amor. Alondra havia viajado sozinha, mas todos os dias mantinha contato com o irmão, ela estava bem e feliz por nós dois. Havíamos comprado uma casa vizinho a sua e já estávamos morando lá, aliás, tudo estava pronto para a chegada do nosso bebê. Os meus pais estavam felizes com o nosso momento, decidimos que só iríamos nos casar depois que o bebê nascesse, queríamos a família toda reunida, a dificuldade seria apenas a minha filha, que não queria conversar comigo.

Fabrício não deixava de me atormentar para saber onde a Alondra estava, queria lhe ajudar, mas não sabia onde ela se encontrava e preferia me manter à margem disso. Estava prestes a ter o meu bebê, não queria confusão, tão pouco apressar aquele momento. Mas ele não desistiu e não me perguntem como, ele descobriu a sua localização e foi ao seu encontro.

Longe dali...

Havia decidido viajar e em meio a minha distração recebi um convite para trabalhar temporariamente no escritório de um amigo. Aceitei porque precisava me distrair e ele permitiu que trabalhasse no meu apartamento. Estava longe mas todos os dias conversava com o meu irmão, sabia de todas as coisas, inclusive da evolução do Fabrício. O que ele diz falar sem querer, mas algo dentro de mim dizia que ele queria que eu soubesse que ele realmente havia mudado e me amava. Algo inusitado havia se passado comigo, o que eu não esperava, mas não poderia fugir. Estava grávida daquele jovem garoto... ainda o amava e algo dentro de mim mantinha aquele sentimento pulsando seriamente. Decidi lhe falar o que se passava, escrevi um e-mail e lhe enviei. Não era o tipo de notícia que se dá assim, mas era o único jeito de fazer, ele precisava saber que seria pai.

Estava na cidade a dois dias e ainda não havia tido coragem de falar com o meu amor, estava nervoso querendo preparar uma surpresa romântica mesmo sabendo que não seria bem recebido, nesse dia resolvi ficar de campana em frente ao seu prédio pedi a uma floricultura enviar enormes buques de rosas a cada hora, de todas as cores e sem cartão, a ultima entrega seria feita por mim, respirei fundo, coloquei boné, óculos de sol e com coragem apertei o interfone esperando sua autorização para subir.

Alondra: Só posso ter sido castigada hoje - me aproximei do interfone um pouco irritada, não parou de tocar um só instante hoje, liberei a passagem e logo abri a porta - graças a Deus que chegaram, atrasados mas chegaram... todas as flores estão aí, levem isso daqui, erraram o pedido - falei sem olhar para ele.

Fabricio: Boa noite – falei mudando a voz – Não teve engano senhora, a pessoa que solicitou a entrega foi bem exigente, rosas de todas as cores, entregue a cada uma hora e sem cartão porque sua loba saberia que seu cordeirinho estava mandando.

Alondra: Só pode ser brincadeira- me aproximei dele e parei bem em sua frente - o que faz aqui Fabrício? Por que tudo isso? Não preciso de flores, nem tenho onde colocar tudo isso.

Fabricio: Surpresa – sorri lhe entregando o buque – Sem brincadeiras nem joguinhos, gostaria de me apresentar corretamente, as flores são como um pedido de desculpas, podemos dar um jeito de caber mais uma – dei um passo para trás ajeitando a roupa, tirei o boné e os óculos – Muito prazer sou Fabricio Fuentes Salazar, sou estudante de direito, atualmente trabalho no hospital dos meus avos, sou filho de Maura Fuentes e Frederico Salazar, tenho uma irmã chamada Marina, a senhora que estava comigo no restaurante era a minha avó paterna.

Alondra: Fabricio, por favor... não vamos mais voltar a esse assunto, já virei essa página e fico feliz sabendo que você seguiu a sua vida, que agora está se cuidando, trabalhando... se o problema for o bebê, eu já te falei, não vou te afastar dele... estou terminando algumas coisas para voltar... está tudo bem, ainda não sei o sexo, é muito novinho, assim que descobrir te aviso.

Fabricio: Eu prometi que te daria muito orgulho e estou cumprindo, somente consigo continuar se estiver ao meu lado, esse tempo que não estava ao meu lado por minha culpa, eu sei, eu não existia, sinto sua falta, falta das nossas conversas, de como riamos, nosso bebê – sorri me ajoelhando em sua frente e a abraçando pela cintura – Temos um filho, uma ovelhinha? Nem acredito que fizemos um bebê – ri feliz beijando seu ventre – Quero fazer parte de tudo, ir nas consultas, sair para comprar os seus desejos, ser um pai melhor que o meu, só posso ficar mais uns dias aqui, tenho que voltar para a faculdade e o trabalho, minha chefe é muito exigente me mantendo em rédea curta – me levantei – Eu te amo como nunca amei antes, me de mais uma chance para mostrar que mudei, que posso ser uma boa pessoa, um bom marido, um bom pai.

Alondra: Fabrício - respirei fundo lhe olhando - eu queria te dizer que consigo acreditar em você, eu vejo a verdade em seus olhos, em suas palavras, sei que está melhorando, trabalhando e estudando e fico feliz, como já te falei... mas não consigo confiar, foram tantas mentiras, nosso relacionamento começou com mentiras - sorri triste - me entende? Não é tão fácil quanto eu gostaria, ainda não me curei... você reabriu uma ferida quase cicatrizada... foi o primeiro com quem eu me relacionei, a quem eu me entreguei e você mentiu, eu só queria que me falasse a verdade... mas não foi isso que aconteceu e cada vez que fecho os meus olhos, que estou aqui sozinha eu me lembro de tudo que vivemos, das palavras ditas, dos momentos que nós vivemos juntos... ainda estou aos pedaços e por mais que deseje, não consigo juntá-los... estou tentando seguir, nosso bebê não pode passar por estresses... ultimamente tenho vivido na leveza, um dia de cada vez.

Fabricio: Entendo, quando a confiança se quebra não se cola mais – sorri triste – Ocultei a verdade, sim me aproximei com segundas intenções, nos primeiros dias fui percebendo o errado que estava, pretendia contar a verdade, esperei o melhor momento que nunca veio, pensei em contar quando falamos da minha mãe, veio o assunto do seu noivo, sempre aparecia algo para evitar o assunto, fui um grande canalha, estando aqui ou por perto não vai cicatrizar – falei cabisbaixo – Uma vida leve sem mim, entendi, eu pensava em te convidar para um sorvete, vou te atrapalhar, posso ao menos de dar um abraço de despedida, volta para casa amanhã.

Alondra: Não deveria ter aceitado tomar aquele café com você... foi ali que tudo começou... deveria ter me contado a verdade, iria te escutar... a forma que descobri me deixou totalmente dolorida - suspirei - não sei se conseguiria Fabrício... eu não quero que fique afastado do seu filho, foi por isso que te avisei - segurei a minha pequena barriguinha.

Continua...

Apunté a la Cerveza y Golpeé a Tekila - Maura y Nelson  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora