Um mês depois...
Christopher queria Dulce. Ele precisava dela. Parecia que a cada dia que passava resistindo seu coração passava a tentar bombear palha no lugar do sangue, entre as veias. Ele sentia a garganta seca, as mãos ansiavam. Passar por ela e ignorar era como ingerir fogo. Parecia o inferno. Ele estava andando pro rio. Era o que sempre fazia quando estava desnorteado: ia até lá, se sentava e pensava até pôr as coisas em ordem. Porém parou ao avistar o rio.Christopher: Diabo. - Praguejou, recuando. Mas não resistiu a olhar.
Dulce havia ido ali com o mesmo intento que ele. O vestido dela se achava dobrado em um ponto seco, na terra. Ela boiava na agua, os olhos fechados, os braços abertos, os cabelos boiando a sua volta. A correnteza não estava tão forte hoje pois não ventava, logo ela apenas oscilava no mesmo ponto. Parecia um convite a ele. Um convite quase irresistível. Alfonso se amparou em uma arvore, angustiado entre o que era certo e o que queria fazer, observando-a. As mãos dela estavam espalmadas na água, o corpo parecendo gritar pelas mãos dele. Christopher olhou o vestido dela no chão. Repousado delicadamente em cima do vestido estava o escapulário. Ela o retirara certamente com medo de perdê-lo na água, mas vê-lo ali mostrou a Christopher que ela ainda o usava, que ainda se importava.
Dulce: O que faz aqui? - Perguntou, sobressaltada. Ele ergueu os olhos pra ela, tarde demais pra vir na defensiva.
Os dois se encararam por minutos. A vontade era tanta que podia ser sentida no ar. Nenhum dos dois disse nada. Christopher sabia que se ela saísse da água com a roupa molhada, grudada ao corpo, sua sanidade iria ao inferno. Mas ela não saiu. Apenas o encarou, em uma pergunta muda. Porque? O que ela fizera de errado? Por fim ele recuou, ainda encarando-a. Ela teve vontade de dizer: "Fique.", mas não disse. As lembranças daquele lugar eram fortes e recentes demais pros dois. E ele virou as costas, saindo.
Duas semanas depois...
Dulce terminou de servir o jantar. Christopher cutucava a mesa com a faca. Parecia estar tentando esfaqueá-la. Dulce pôs a ultima travessa na mesa, e Robert se pronunciou.Robert: Avise Mrs. Kristen de que o jantar está servido, por favor. - Disse, esparramado em sua cadeira.
Dulce: Sim, senhor. - E ela saiu.
Christopher: Eu estou enlouquecendo. Eu estou enlouquecendo. Eu estou enlouquecendo. - Disse, esfaqueando a mesa.
Robert: É, você está. - Disse, distraído - E porque é idiota.
Christopher: Deus, eu não posso nem pensar. - Ele largou a faca, colocando as mãos na cabeça.
Robert: Ela passa bem a sua frente, todo o tempo, e você a rejeita. É mais imbecil do que posso calcular. - Pensou consigo próprio.
Christopher: Robert, eu tenho uma esposa. - Disse, as mãos dentro dos cabelos.
Robert: E ela está morta há 05 anos. - Disse, imediatamente - Com todo o respeito que me cabe, a essa altura o corpo dela já se desfez.
Christopher: Então eu ponho uma criada em seu lugar.
Robert: Não uma criada; Uma mulher. Tente não ser idiota. - Impôs, parecendo entediado.
Christopher: Se fosse Kristen...
Robert: Eu sofreria tanto quanto fosse possível. Mas quando, anos depois, aparecesse outra que me atraísse eu não iria para a cama com uma pintura, acredite. - Garantiu.
Kristen: Porque toda vez que eu entro na sala você está dizendo algo que me soa indecente, querido? - Perguntou, sorrindo, ao entrar. Christopher e Robert se levantaram.
Robert: Não foi por isso que você aceitou se casar comigo? - Perguntou, parecendo confuso. Ela sorriu, apaixonada. A própria Dulce riu consigo mesma, baixinho. Christopher voltou a se sentar e Robert foi puxar a cadeira para a esposa se sentar. - Pode servir o jantar. - Disse a Dulce.
Dulce serviu Kristen, que mais uma vez comeu muito pouco, Robert, e por ultimo Christopher. Ela não sabia como se aproximar; As refeições eram o inferno. Se manteve o mais longe que pode, evitando tocá-lo ou entrar em seu campo de visão... Mas ela não podia controlar o próprio perfume. Ele atingiu Christopher como uma lamina afiada, e ele olhou pra frente, martirizado.
Robert: Pode se retirar. - Disse, vendo que Christopher não dava ordem alguma.
Dulce assentiu e saiu, sumindo pelo corredor. Christopher nem olhou pra comida. Se houvessem largatas em seu prato ele não teria visto. Olhava a toalha da mesa, a expressão torturada, como se estivesse asfixiando. Levou dois minutos pra ele se levantar em um rompante, dando as costas. Robert riu.
Robert: Boa sorte. - Disse, levando o garfo a boca. Kristen sorriu, sem entender, olhando os dois.
Mas Christopher mal ouviu; Ele já estava correndo.
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Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondy
Khoa học viễn tưởngA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei Ch...