Capitulo 77

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Dulce: Eu também. Deus sabe, eu também. – Ela aspirou o perfume dele, saudosa.
Christopher: Me beije. – Pediu, a voz rouca no ouvido dela. Dulce ergueu o rosto dele, tomando-o entre suas mãos, e o beijou docemente.
Uma vez beijando-a a fúria de Christopher pareceu se amansar. Ele a abraçou forte, a boca devorando a dela... Então Dulce não viu o que, mas havia sido erguida no chão. Flutuou no ar com uma rapidez anormal, erguida por ele. Então ela percebeu que ele estava na defensiva... Quase atacando. Ele largou ela no chão, se virando para a janela, então ela ouviu o som que o alertara: Flechas. Pelo barulho centenas. Christopher a empurrou sutilmente, fazendo-a se afastar da janela, e abriu a mesma. Os dois viram uma nuvem de flechas riscando o céu escuro. Que diabo era aquilo?
Dulce: Christopher? – Chamou, repreensiva. Ele pediu um tempo com a mão, observando-a cena do lado de fora no castelo.
Christopher: Não é uma ofensiva, é um aviso. – Disse, e ele... Ele sorria? – Finalmente.
Dulce: O que está acontecendo? – Ela ouviu o som das flechas atingindo a terra, longe. Foram todas atoa?
Christopher: Alfonso. – Disse, observando algo ao longe.
Dulce hiperventilou. Ele não viu. Ela recuou, apreensiva, pálida... E desmaiou.
Christopher: Du... Dulce? – Chamou, sobressaltado. Ele correu até ela, apanhando-a no chão. A cabeça da ruiva desfaleceu para trás, os cachos se arrastando no chão – Agora não, carinho. Acorde. – Chamou, agoniado.
Robert: Christopher! – Ele abriu a porta – Deram o alerta de que... Assim já é impossível. – Ele parou, olhando a cena, debochado – O que você fez?
Christopher: Não fiz nada, ela caiu! – Disse, exasperado.
Robert: Não seja lerdo, ponha ela na cama. – Christopher carregou Dulce com facilidade, pondo-a deitada com cuidado. – E vamos.
Christopher: Não posso deixar ela assim. – Se opôs.
Robert: E vai fazer o que, velar o desmaio dela? – Não havia o que se fazer naquela época sobre desmaios, apenas esperar – Vamos! – Uma segunda nuvem de flechas cortou o ar pela janela aberta. Anunciava que a carruagem real estava próxima. A terceira anunciava que havia chegado. Robert foi até a janela, observando – Christian já está lá. – Informou – CHRISTOPHER!
E ele apanhou Christopher pela gola da camisa, arrastando para fora. Ele foi, deixando o coração do lado de Dulce na cama. Dulce só acordou minutos depois. Nem queria acordar. Era sua morte chegando, passando pelos muros. Ela se levantou, se arrastando, e parou na janela.
O pátio estava movimentado, iluminado. Christopher, Christian e Robert aguardavam em seus postos, parados na escadaria. Após a corte toda uma carruagem maior e mais luxuosa se aproximou da escadaria, puxada por cavalos negros. Um criado se apressou, indo abrir a porta. De lá saiu um homem forte, pálido, de cabelos escuros. O corpo estava coberto por uma capa, mas podia se ver de longe seu porte físico. Os detalhes do rosto eram negligenciados pela escuridão e distancia. Dulce estava tonta. A terceira (e ultima) nuvem de flechas foi disparada, cobrindo a luz da lua por instantes e caindo ao relento. Dulce observou o criado abrir a outra porta da carruagem. O homem, Alfonso, ofereceu a mão a alguém. Uma mulher. Ela apanhou a mão dele delicadamente, descendo da carruagem de modo gracioso. O vestido que ela usava era de um negro que parecia aveludado, apertado que doía só de olhar. Os cabelos, igualmente castanhos, caiam pelas costas. Mas havia algo diferente nela. O tom da pele, talvez. Era tão branco que parecia não ser natural. Parecia branco gesso. Ela olhou em volta, aparentemente conhecendo o local e parecendo muito a vontade com a noite, e Dulce pôde jurar que em um momento os olhos das duas se encontraram. De outro modo não teria como saber que os olhos da outra eram assustadoramente azul, contrastando com todo o resto. Por fim ela encarou o marido, sorrindo de canto, e os dois caminharam uns passos, se aproximando. Ela parecia totalmente a vontade com toda aquela cerimônia, a vontade por estar de mãos dadas com o marido. O nome dela era Anahí Portilla Herrera
Christopher: Sejam bem vindos. – Recebeu, com um sorriso de jubilo no rosto. O vento varreu a cena, levando os cabelos de Anahí, mostrando o pescoço branco, exposto.
Dulce não ouviu o que Christopher disse. Ela não podia ouvir dali. Ela só sabia de algo, com tudo isso: Seu fim acabara de começar.

Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondyOnde histórias criam vida. Descubra agora