Capitulo 35

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Christopher nem viu. Dulce fez um movimento simples e um bolo de roupa caiu por cima dele, seguido pelo peso dela, que sentou em seu colo. Ele piscou, afastando o nariz do tecido, e ela abriu o vestido, tapando as pernas dele.

Christopher: Foi-se o tempo em que tu me respeitavas. – Disse, divertido.

Dulce: Calado. – Ralhou em um sussurro. E Nina entrou na sala.

Nina: Não me ouviu chamar? – Perguntou, olhando Dulce – Porque está sentada? Acha que aqui é tua casa?

Dulce: Acho que torci o tornozelo. – Mentiu, segurando o tornozelo. Nina ergueu a sobrancelha.

Nina: Ah. – A possibilidade de Dulce ficar manca já era explicação o suficiente.

Dulce: AI! – Gritou, se sobressaltando. Christopher alcançara as coxas dela por debaixo do vestido, e a beliscava. Ela ouviu o riso rouco dele em seu ouvido.

Nina: Está doendo? – Perguntou, satisfeita.

Dulce: Absurdamente. – Disse, irônica, segurando as mãos de Christopher.

Nina: Enfim, não demore ai, você ainda tem mais trabalho depois disso. – Disse, olhando em volta – Preciso de um jogo de toalhas. Acreditas que a peste, o demônio da Bia conseguiu se sujar toda com o painel de tintas? – Perguntou, apanhando as toalhas. Os braços de Christopher se imobilizaram. – Eu ainda avisei, mas não me deu ouvidos. Agora está com o cabelo seco de tinta óleo. Ah, se coubesse a mim...

Dulce: É só uma criança. – Disse, agora lutando pra manter Christopher sentado. Parecia que o outro tinha o ímpeto de se revelar.

Nina: Uma criança mimada porque não consegue andar. Lá é culpa minha que é aleijada? – Um rosnado havia naquela sala, mas só chegava aos ouvidos de Dulce – Eu já vou. Quanto mais tempo eu demoro, mais a tinta seca. Volte a passar a roupa. – E ela saiu.

Dulce tropeçou quando Christopher conseguiu se libertar. O rosnado dele ecoava pelo quarto, estava branco feito giz. Ele retirou a ultima peça de roupa de cima de si e avançou para a porta. Dulce entrou no meio.

Dulce: Não. – Pediu, se segurando na porta. – Christopher, não!

Christopher: Não me obrigue a te tirar a força, você sabe que eu posso! Saia! – Dulce se agarrou a porta – É uma ordem, saia agora!

Ela passou a mão na fechadura, trancando a porta, e obedeceu, saindo. Ele puxou a porta que não obedeceu, e percebeu o que ela fizera.

Christopher: Não é hora para brincadeiras, me dê a chave. – Ordenou, avançando pra ela.


Dulce: Nunca vai aprender a ouvir um não? – Perguntou, recuando.

Christopher a encarou, a fúria em seus olhos mais que evidente. Não queria descontar seu ódio nela, mas aparentemente seria impossível.

Christopher: Só vou ordenar mais uma vez. Me dê a chave. Ela continuou recuando.

Dulce: Não é não. – E ela pôs a chave dentro do decote.

Christopher: Acha mesmo que eu não vou pegar? Porque você está defendendo ela?!

Dulce: Porque ela não fez nada. – Disse, ainda recuando.

Christopher: Como é? Ela chamou minha filha de demônio! Aleijada vai estar ela se sobreviver ao que vai passar, anda, me dá a chave! – Ele avançava mais ainda.

Dulce: Eu sei que ela chamou, mas você não. Você não estava aqui, Christopher! – Isso o desarmou. – Não nos denuncie por sua raiva.


Christopher: Eu tenho pena da alma dela quando eu puser minhas mãos nela. – Rosnou.

Dulce: Depois, por outro motivo. Esse não. – Ela o fez sentar novamente. Christopher ofegava.

Christopher: Estou com raiva. – Rosnou, enquanto ela acariciava seu cabelo – Me distraia. – Pediu, antes de amparar a cabeça na barriga dela.

Dulce: Já passou. Foram só comentários maldosos, ela gosta de fazer isso. – Disse, acarinhando-o.

Christopher: Eu quero matá-la. Vou fazer isso eu mesmo. – Disse, inconformado.

Dulce: Não vai não. Vai ficar aqui comigo, e se acalmar. – Disse, acariciando-o.

Christopher: Bia nunca teve nem a oportunidade de... Tudo por causa daquele desgraçado. – Murmurou. Dulce tinha os olhos fixos a frente. Ela tinha algo a dizer, mas se dissesse ele não confiaria e ela não poderia tentar. Ah, sem contar que ele a mataria.

Dulce: Shhh, acabou. – Disse, acariciando-o, quieta.

Christopher ficou parado, sentindo o carinho dela por um bom tempo. Mas seu ódio não passava. Ela sentiu quando ele apertou suas coxas pelas laterais, respirando fundo.

Christopher: Venha aqui. – Murmurou, e a ergueu do chão, apanhando-a no colo.

Não houveram muitas preliminares, nem nada mais que o necessário. Dulce só sabia que seu corpo era a única coisa que o deteria agora, e ela o cederia de boa vontade. Christopher meio que a deitou em uma pilha de roupas ao seu lado, se separando dela apenas pra abrir seu cinto, e se desviar do vestido dela. Quando ele a possuiu ela arqueou o corpo, arfando. Christopher se manteve parado, sentindo cada nervo do corpo reagindo a mudança da situação. Não houve violência daquela vez, tão pouco. Quando ele se moveu, a encarava, ambos cúmplices do que acontecia. O ritmo foi se alterando aos poucos, mas os olhares se mantinham juntos, unidos. E não havia muito que ser dito mais sobre aquele dia.

Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondyOnde histórias criam vida. Descubra agora