Capitulo 176

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O alvoroço vindo do lado de fora foi imediato. Os reis, muito contra vontade, se vestiram as pressas. Ninguém sabia o que era, mas todos sabiam que não era normal.

Christopher: Eu só vou ver o que foi. Fique aqui, me espere. – Ordenou e Dulce assentiu com a cabeça, enrolada num lençol, no meio da cama.

Ele mal fechou o colete e saiu, descendo as escadas apressadamente. A guarda se fechou na frente da escadaria assim que ele passou batido, direto pro quarto de Bia. Mas a menina dormia profundamente, sua inocência intocada pelo barulho anormal. Guardas armados foram pra porta do quarto da menina e ele desceu pro térreo. Encontrou Robert e Christian lá.

Robert: Coincidência vê-los por aqui, cavalheiros. – Disse, sorrindo descaradamente, o cabelo bagunçado, a camisa pra fora da calça.

Christian: Estou realmente encantado. – Disse, debochado. Os cabelos de Christian estavam apontando pra todos os cantos, de qualquer modo – Que demônio foi aquilo?

Christopher: Não sei, mas não me parece nada bom. – Se resumiu.

Alfonso: anahi está furiosa. – Disse, se revelando no fundo do corredor – Isso não é um bom presságio para nada, acreditem. – Disse, passando a frente.

A cena seria cômica se não fosse trágica. Todos estavam descalços, despenteados, mal vestidos (Alfonso nem se dera ao trabalho de colocar o colete), e com as caras amassadas. Quando chegaram a sala já havia um oficial lá, que explicou rapidamente a situação.

Christian: Ele atirou o que? – Repetiu, em um silvo.

Oficial: Havia uma catapulta, senhor. – Confirmou – Aparente é um rolo de corda, gigante.

Robert: Aparentemente? – Repetiu – Ninguém parou para olhar o que era?

Oficial: Está pegando fogo, senhor. Não há como se aproximar. – Alfonso observava tudo, quieto.

Christopher: Por onde?

Oficial: Willow Creek. – Informou.

Alfonso: Eu não coloquei homens meus cobrindo aquela divisa? – Perguntou, tranqüilo demais pra ser saudável.

Oficial: Ainda assim, alteza, é um campo aberto. Estão atacando por lá. Enquanto brigam, a catapulta é puxada mais para perto. Meus soldados acreditam que o objetivo é atingir o castelo. – Encerrou.

Robert: Vamos plantar arvores! – Disse, rindo, debochado.

Christian: Quantos homens? – Perguntou, respirando fundo.

Oficial: Não temos como saber. Atacaram por todos os lados, e havia o alvoroço com a bola de fogo. Não temos um numero, mas preciso de reforços.

Christopher: Ele está lá? – Perguntou, quieto.

Oficial: Não senhor. Só civis. – Christopher assentiu. – Mas eles tem ordem de alcançar o castelo, estão tentando ultrapassar a fronteira com tudo.

Robert: É uma missão suicida. Ele sabe. Colocou os homens para morrer por puro capricho. – Disse, passando a mão no cabelo. Estava tão bom antes disso!

Alfonso: Pois muito bem. Envenene as flechas com querosene e toque fogo nelas antes de devolvê-las. Soe o alarde e chame os meus homens. – Ordenou, e o oficial assentiu – Prepare meu cavalo. – Disse, desgostoso, dando as costas. Bonito ia ser explicar isso a Anahi.

Christian: Contenham o avanço, apaguem a bola de fogo. Precisarei do meu cavalo também. – Disse, antes de sair.

Robert: E só por precaução... – Disse, com um sorriso angelical – DESTRUAM a maldita catapulta.

Christopher: Nós estamos indo. – Encerrou, e os dois saíram juntos.

Dulce aguardava, como fora ordenado. Anahi havia se vestido. Maite saía do banho. Kristen estava quase dormindo de novo. Os sinos tocaram, o barulho estrondando por todo o castelo. Maite suspirou, exaltada. Kristen abriu os olhos, focando a parede. Dulce gemeu, passando a mão no rosto. Anahi olhou pro teto, um rosnado nascendo em seu peito. Maldito fosse.

Dulce: Você prometeu. – Disse, quieta, quando ele entrou no quarto. Christopher suspirou.

Christopher: Eu prometi... Mas ele está tentando tocar fogo no castelo, Cariño. – Dulce ergueu as sobrancelhas – Eu vou resolver isso rápido, eu prometo.

Dulce: Nossa lua de mel estava tão perfeita. – Lamentou, aborrecida.

Christopher: Me dê algumas horas. – Disse, se sentando ao lado dela – No final do dia, no mais tardar, terei resolvido isso tudo. Tem minha palavra.

Dulce assistiu Christopher se arrumar as pressas. Odiava vê-lo com aquela armadura.

Enquanto isso, no andar debaixo...

Anahi: Me dê um motivo razoável pra eu não quebrar o pescoço de alguém. – Disse, a cabeça caída pro lado, olhando pro nada. Alfonso prendeu o riso.

Alfonso: Porque eu estou mandando. – Disse, terminando de fechar a armadura, e ela suspirou.

Anahi: Me dê outro. – Ele riu.

Alfonso: Eu preciso ir. – Disse, se aproximando para beijá-la, mas ela se esquivou. Ele franziu o cenho.

Anahi: Entregue esse beijo a Pablo. – Disse, cinza de raiva, e saiu porta a fora. Ele sorriu, divertido.

Alfonso: Anahi, você está de camisola! – Alertou. Veio um grito em resposta no corredor.

Anahi: APROVEITE O TEMPO PRA MEDITAR SOBRE COMO EU ME IMPORTO SOBRE ESTAR DE CAMISOLA! – Disse, quase histérica, e ele riu, apanhando a espada nos pés da cama.

Alfonso: Anahi...

Anahi: PORQUE AINDA NÃO FOI, ALFONSO? – Perguntou, a voz já longe no corredor.

Alfonso: E se eu morrer lá? – Perguntou, divertido, saindo do quarto. O som do riso dela ecoando pelo corredor o fez rir.

Era uma ameaça pior que qualquer grito.

Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondyOnde histórias criam vida. Descubra agora