Capitulo 04

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Uma semana se passou. Dulce trabalhava feito uma condenada, fazia de tudo: Limpeza, lavava roupas, cozinhava, limpava os quartos... Enfim, tudo. Mas por final estava tão cansada que o pânico não conseguia atingi-la. Já começara a criar uma rotina, e estava feliz com isso. Feliz porque já conhecia boa parte do castelo, feliz porque não se batera mais com Christopher... Depois do trabalho, quando ela já estava se preparando pra dormir, Tony sempre a visitava. Se tornara um bom amigo. Conversava com ela um pouco, a fazia rir, até lhe dera um livro de presente. A respeitava. Mesmo vendo-a de camisola, pronta pra dormir, nunca lhe dirigiu nenhum olhar desrespeitador. Ela estava satisfeita com isso.

Bia: Mas papai, não posso nem ir ao pátio? – Insistiu.

Christopher: Não. Não é seguro. Você fica dentro do castelo, como sempre. – Disse, paciente – Não tens pra ti todas as tuas bonecas, teus brinquedos, tuas panelinhas, ursos e tudo mais?

Suri: Tenho. – Disse, emburrada.
Christopher: Tem mais alguma coisa que você deseje ter? Me diga o que é e o terá de imediato. – Perguntou, acariciando o rosto da filha.

Bia: Não tem mais nada, papai.

Christopher: Se tiver, não hesite em me dizer, sim? Seja um pouco paciente, bebê, eu vou resolver tudo isso e poderá sair. – Prometeu, e a menina assentiu.

Dulce estava trabalhando, quando Nina, aparentemente pra sacanear, lhe ordenou que levasse uma tapeçaria enorme até a lavanderia, batesse o pó e a escovasse.Dulce cambaleou pelos corredores, e obedeceu, limpando tudo, e voltando pra por no lugar.

Dulce: Esse trambolho. – Murmurou, cambaleando pelo corredor com uma tapeçaria enorme nos braços.

Nina: Terminou? – Perguntou, ao se bater com ela.

Dulce: Sim, senhora. – Disse, quieta.

Nina: Deixe-me ver. – Dulce teve vontade de soltar a louca, e lembrar o quanto aquilo era pesado. Nina olhou a ponta da tapeçaria e largou – Isso está imundo.

Dulce: Perdão?

Nina: Leve de volta e torne a limpá-la. Agora! – Ordenou. Dulce assentiu e deu as costas, pra voltar pra lavanderia.

Mas no meio do caminho se bateu com algo estranho. Uma menina. Estava em uma cadeira de rodas.

Dulce: Oi. – Disse, sorrindo. Suri sorriu também.

Bia: Oi. – Dulce ia apertar a mão da menina, mas se desequilibrou com o peso da tapeçaria.

Dulce: Desculpe. – Disse, desistindo – Tudo bem com você?

E Bia falou. Desabafou. Disse que estava triste, pois não havia quem ficasse com ela. Dulce, querendo ajudar a menina, chamou-a pra ajudá-la com a tapeçaria, assim poderiam conversar mais. Bia, encantada, ofereceu seu colo pra colocar a tapeçaria, assim Dulce apenas empurrava a cadeira. Pena Bia não ter dito de quem era filha. Pena maior ainda Dulce ter tirado a menina do castelo sem permissão.

A atividade resultou prazerosa. O tapete já estava limpo, verdade seja dita, mas como Dulce recebera ordens e não queria problemas, levou-o pra limpar novamente. Encontrou um espaço de sombra, na area da lavanderia, arejado e seco, abriu o tapete e pôs a menina sentada em cima. Lhe deu uma escovinha e ficou com uma. As duas se poram a conversar e a trabalhar juntas. Era agradavel, simples, leve. Fazia Dulce se sentir bem ver que a pequena estava tão radiante.
Enquanto isso, dentro do castelo...

Nina: Senhor. – Disse, branca feito papel, se aproximando. Christopher e Robert tinham um mapa em cima de uma mesa, e conversavam intensamente, desenhando rotas. Christopher ergueu o rosto, sério, os olhos pretos sondando a outra.

Nina gaguejava. Christopher a iria matar, isso era certo. Dito e feito, enquanto ela foi explicando o rosto dele foi se transformando, se tornando mais duro, até que ele interrompeu.

Christopher: Onde está minha filha, Srta. Dobrev? – Perguntou, a voz dura. Robert observava os dois.

Nina: Eu não sei, senhor. – Admitiu, olhando o chão – Eu a deixei em seu quarto, em sua cadeira e vim trazer a bandeja do café da manhã. Quando eu voltei a porta estava aberta e ela já não estava. – Christopher largou a pena que tinha na mão, e Nina estremeceu – Eu já procurei em todas as dependências do castelo, senhor. Ela não está em nenhuma, e não pode ter subido para as torres, então eu...

Christopher: Pensei que fosse paga para que Bia fosse assistida. – Rosnou, atravessando a sala. Ele abriu a porta, gritando o nome de alguém – Acredita em Deus, Srta. Dobrev? – Perguntou, virando o rosto.

Nina: Sim, senhor.

Christopher: Pois ponha-se a rezar para que minha filha esteja bem. – Aconselhou, e a ameaça por trás daquilo era evidente.

Robert: Fique calmo. A menina deve estar por ai.

Christopher: Por onde, Robert? – Perguntou, já ofegando de raiva – Correndo por ai, brincando? Eu não creio.

O homem que Christopher gritou chegou, e ele mandou que se reunissem os homens e dessem uma batida atrás de Bia. Ele próprio saiu a procura da menina, acompanhado por Robert.
Dulce: Eu creio que já esteja bom. Vai terminar por esfolar. – Disse, se deitando no tapete. Bia riu, se deitando também.

Bia: Os do meu quarto são como estes. – Disse, passando a mão no tapete. Dulce passou a mão no rosto, cansada, olhando as nuvens.

Dulce: Tens tapeçarias em teu quarto? – Perguntou, estranhando.

Bia: Claro, tu não tens no teu? – Perguntou, confusa.

Dulce: Não. – Disse, ainda olhando as nuvens – Tua mãe deve gostar muito de ti. Tapeçarias como estas são caras, sabes?

Bia: Não conheci a minha mãe. – Dulce virou o rosto, olhando-a. – Mas papai diz que como uma princesa, eu vou superar isso.

Dulce: Teu pai te chama de princesa? – Perguntou, sorrindo.

Bia: Todos chamam. – Disse, cada vez mais confusa. Dulce riu.

Dulce: E tu és. – Disse, olhando a cadeira de rodas atrás da menina. Era injusto e triste que Bia, tão pequena, não pudesse andar.

Bia: Papai diz que quando eu tiver idade, e quando ele já não estiver aqui, serei rainha. – Comentou.Dulce parou, olhando pra cima.


Dulce: Como é o teu nome? – Perguntou, encarando a menina.

Bia: Bia, já não o disse? – Perguntou, confusa.

Dulce: T-teu sobrenome. – Disse, um nervoso a apanhando tão violentamente que a fazia tremer – Quem é teu pai?

Bia: Sou Bia Uckermann. – Dulce arregalou os olhos, quase sufocando – Sou filha de Christopher. O que foi, Dulce?

Mas Dulce tinha levantado de um salto. Ofegava, e recuou um passo. Estava perdida.

Dulce: Não é possível. Tu estás morta. – Disse, passando a mão no rosto. Era o que achava. A filha de Christopher Uckermann morrera com a mãe, era o que Pablo dizia a todos do reino. Não era possível que aquela menina... Mas Dulce olhou o vestido que usava. Os tecidos eram finos, delicados. A cadeira de rodas, o cabelo...

Bia: Não estou, não. – Disse, se amparando nos bracinhos pra poder levantar. Custou um pouco mas conseguiu – O que há? – Dulce nem conseguia respirar. Se aquela menina realmente fosse a princesa...

Anahí: Eu estou morta. Morta. – Gemeu, o rosto em panico. – Porque não me disse antes, Bia?

Bia: Porque tu não o perguntaste. – Disse, mais confusa ainda.

Dulce: Vão me matar. Preciso levar você de volta. Agora! – Disse, indo até a menina. Ela apanhou a cadeira de rodas, pondo-a no lugar.

Bia: Mas porque?

Dulce: Não tenho tempo, já devem ter dado por tua falta! Deus, o que eu fiz? – Perguntou, se abaixando para poder apanhar a menina. Mas então...

XXXX: Parada! – Ordenou e Dulce gelou, empedrada no lugar. – ENCONTREI A MENINA! – Gritou, informando a alguém.

O que ocorreu foi um dos soldados de Christopher pondo Bia na cadeira de rodas e levando-a dali. Então uma pancada forte atingiu o rosto de Dulce, e ela desmaiou.

Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondyOnde histórias criam vida. Descubra agora