Demorou mais três semanas até termos algum progresso. Bia lembrava, freqüentemente, que o pai só tinha mais uma semana em seu acordo. Foi a essa altura que os médicos liberou Dulce das ataduras, recomendando-a apenas que não fizesse movimentos bruscos na primeira semana. Ela arfou, sentindo-se arder, e ele a olhou, preocupado. Dulce vestia um bustiê e a roupa debaixo, a barriga branca agora exposta.
Christopher: O que? – Perguntou, alarmado.
Dulce: Queima. – Comentou, respirando.
Médico: É de rotina. – Explicou.
Christopher: Mas porque? – O medico hesitou. Não havia explicação para essas coisas.
Anahi: É apenas o sangue correndo solto pela pele. Já vai passar. – Disse, com um livro na mão, parada do outro lado. Dulce e Christopher a olharam – É só sangue, acreditem. – Tranqüilizou, satisfeita, voltando ao livro. Os dois ainda a olhavam, meio suspensos... DE ONDE ELA SURGIRA? Dulce olhou pra Christopher e perguntou, muda: Ela estava ali? Mas ele deu de ombros.
Dulce: Está passando. – Disse, respirando fundo.
Anahi: Como eu disse, sangue. – Disse, passando a pagina do livro.
Medico: Bom, pode voltar as suas atividades normais. Sua mão, no entanto, demorará mais algumas semanas. Repouse uns dias, fará bem.
Anahi: É de uma utilidade... – Murmurou, consigo própria, passando os olhos pelas paginas. O medico a olhou – Eu acompanho o senhor. – Se ofereceu, mostrando um sorriso deslumbrante, de aparência afiada. O medico concordou. Quando ele saiu ela revirou os olhos pra Dulce e Christopher, que sorriram, e saiu dali, fechando a porta.
Dulce se esticou, respirando fundo, e sorriu. Era bom respirar livremente.
Christopher: Graças a Deus. – Agradeceu – Ei, não estique tanto. – Dulce o encarou, incrédula. Ela se deitou novamente, se espreguiçando, obviamente desobedecendo, e ele suspirou – Sempre teimosa.
Dulce: Tens olheiras. – Disse, deitada, observando.
Christopher: Não tenho dormido bem. Remorso não é um sentimento fácil de lidar, e eu o tenho de sobra. – Disse, e tocou o nariz dela – Mas estou feliz de que estejas se recuperando.
Dulce: Não tens motivo para sentir remorso.
Christopher: Não. Apenas alguns... Muitos fatores. – Disse, os dedos brincando com a pele da barriga dela, agora vermelhinha. Sangue.
Dulce: Quantas vezes eu vou ter que repetir... – Perguntou, suspirando, cansada.
Christopher: Cada vez que eu puser os olhos em ti vou sentir remorso pelo que te fiz. Fui um monstro, e você nem era culpada. – Disse, os olhos distantes – É essa história toda. Reis não sentem. Agem com a razão, não com a emoção. Só não sentem. Se um dia eu tiver um filho... Não farei isso com ele, mas a vida fará. É um fardo.
Dulce: Será um ótimo pai, como o é para BIa. – Disse, acariciando a olheira dele. O carinho entre os dois era natural, acontecia mesmo sem ser planejado. Christopher riu de si próprio.
Christopher: É claro, Bia a propósito está com uma greve de fome para começar na semana que virá. – Lembrou, Dulce riu de leve – Quando você sumiu, ela disse que me odiava. – Disse, e hesitou – Mais um ponto em que eu fracassei: Ser pai.
Dulce: Ela não o odeia, acredite, eu sei. Ela só devia estar com raiva. – Christopher assentiu, quieto. O silencio demorou um minuto inteiro para ser quebrado.
Christopher: Você ainda me ama? – Perguntou, e ela ergueu os olhos, vendo os verde dos olhos dele intenso, encarando-a.
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Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondy
Ficção CientíficaA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei Ch...