O sentimento que havia entre os dois parecia se fortalecer mais a cada minuto. Dulce se perguntava se aquele frenesi nunca passaria. Só de sentir os braços dele, ou até mesmo seu perfume, ela se sentia segura, em paz, feliz. Ela o abraçou pelo pescoço, tendo cuidado para não machucá-lo com o gesso, entregando-se de boa vontade. Christopher suspirou com a receptividade dela, satisfeito. Essa sim o queria, o amava. Podia ver em seus olhos, em sua voz, no modo como ela se estreitava no abraço dele, como se não quisesse mais vê-lo partir. Só que...
Bia: Nem no meu leito de morte vocês dois param com isso? – Perguntou, observando. Dulce e Christopher se separaram, sobressaltados, e ela sorriu.
Christopher: Ela começou. – Acusou, brincando, e Dulce ergueu as sobrancelhas, ultrajada. Bia riu.
Dulce: Sente alguma coisa, bebê? – Perguntou, descendo do colo de Christopher.
Bia: Meu pé está formigando, só, eu acho. – Disse, respirando fundo, então se tocou. Seu pé jamais formigara – Ei, olhe isso! – Disse, novamente chocada.
Christopher: Fique calma. – Pediu, cauteloso.
Bia: Mas está formigando! – Repetiu, como se Christopher não tivesse captado a mensagem direito.
Dulce: Tente mover. Sem expectativas, só por tentar. – Bia assentiu, e haviam três pares de olhos nos pés dela: Um Casatanho, um Preto e um castanho mel.
Bia franziu o cenho delicado, olhando os pés. Aos poucos o pé direito foi se movendo, como se ela desse impulso tentando levantar a perna.
Christopher: Devagar. – Orientou, mas Bia ignorou.
A menina conseguiu dobrar a perna quase até a metade então ofegou, cansada. Dulce levou as mãos a perna dela, apanhando-a.
Dulce: Dói? – Perguntou, flexionando o joelho da menina, dobrando a perna e desdobrando.
Bia: Formiga. Meio que arde. – Disse, parecendo sonolenta.
Christopher: Será que foi pouco? – Perguntou, em um sussurro.
Dulce: Creio que com mais tempo... – Respondeu, no mesmo tom, equilibrando a perna da menina com o gesso da mão – Bia, você... – Ela parou. A pequena caíra no sono outra vez. – Deixe que durma. Vai ficar bem. – Christopher assentiu, preocupado.Dulce apanhou duas das varias almofadas da cama de Bia, e se levantou do colo dele – Venha aqui.
Ela o puxou pro chão. Christopher achou graça; Ela sempre o surpreendia. Se ajoelhou, desabotoando o colete e os pulsos da camisa dele, e lhe tirou os sapatos. Ele observou ela desamarrar seu cinto, divertido.
Christopher: Posso tirar sua roupa também? – Propôs, e Dulce revirou os olhos.
Dulce: Não seja tolo. – Ela o empurrou, fazendo-o cair deitado, com a cabeça no travesseiro. Ele riu. Ela empurrou as sapatilhas de qualquer jeito, e ia deitar, mas ele a deteve – O que?
Christopher: As costelas. – Lembrou, severo. Dulce revirou os olhos – Você não está em condição de reclamar. Ainda estou pensando se devo enforcar você por ter fugido ou não. – Disse, severo, e se sentou. Ela deu as costas, deixando ele afrouxar os cordões do vestido e do espartilho, se era o que queria – Dulce...
Dulce: Hum? – Respondeu, cansada.
Christopher: Uma de minhas adagas sumiu. – Disse, e ela franziu o cenho. Isso era encrenca – Quer explicar?
Dulce: Queria que eu fosse desarmada? – Perguntou, o corpo oscilando pelas puxadas dele.
Christopher: Não queria que você fosse. – Corrigiu. Houve um instante de silencio – Onde está? – Dulce não respondeu. Estava perdida em algum lugar naquele quarto medonho. Christopher interpretou o silencio dela de modo errado – Dulce, você o atacou! – Disse, exasperado.
Dulce: Ele me atacou. – Corrigiu – Tentou me violentar. – Isso desarmou Christopher, o deu nojo – Eu tentei me defender, mas escapuliu da minha mão. A perdi. Terminei usando uma espátula da lareira pra me defender, afinal. – Disse, se virando para olhá-lo. Christopher parecia meio verde. Só a possibilidade de Pablo ter posto a mão nela, os lábios forçando sua pele...
Christopher: Maldito seja. – Rosnou, enraivecido.
Dulce: Dei na cabeça dele até que desmaiasse. Ele precisava aprender que o único que pode me tocar és tu. – Disse, beijando-lhe sutilmente.Ele sorriu de canto com carinho dela.
Christopher: Venha. – Ele se deitou, puxando-a para o seu peito. Ele observou o modo como ela se agarrou a ele, se acomodando. Gostava disso.
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Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondy
Science FictionA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei Ch...