Capitulo 102

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Chris não pregou os olhos. Era o inferno, novamente. Em um instante ele pensou ter a plena felicidade: Venceria a guerra, e depois seria livre para ser feliz com Dulce. Mais feliz do que jamais fora. Então lhe puxaram o tapete, ele teria de matar Dulce, Bia se negava a comer e dizia o odiar. Era caótico. Dulce, por sua vez, pensou que sua única noite pelo menos passaria dormindo. Com sorte seus sonhos seriam lembranças, lembranças dos dias felizes que tiveram ali. Mas o "interrogador", Dulce não sabia seu nome, voltou de madrugada, e tornou a fazer as perguntas. Ela não soube responder, e apanhou novamente. Uma vez deitada ele lhe dava pontapés na região do ventre, lhe esbofeteava, esmurrava-lhe o rosto, puxava-lhe o cabelo. Ela não tinha força pra mais nada.

XXXX: Meu filho está no maldito campo de batalha e esta guerra não termina porque você não abre a boca. – Rosnou, trazendo o rosto dela pelos cabelos.

Dulce: Eu juro em nome de Deus, eu não sei. – Disse, rouca. A cabeça dela foi arremessada com força de volta ao chão, se batendo brutalmente na parede. Sangue fresco brotou da raiz do cabelo dela, descendo pela parede. Dulce sentiu a visão escurecendo. Estava morrendo? Ela não conseguia respirar direito. Christopher, eu te amo. Não conseguia se mover, o sangue desceu pelo seu rosto...

Christopher: Não poderá alegar que eu não avisei. Aliás, não poderá alegar nada. – Disse, a voz cortando o silencio. Dulce quase não ouvia, mas ouviu um barulho de osso quebrando, depois de um baque no chão. Era o osso de uma coluna, na região da nuca. Christopher quebrou o pescoço do homem, que bateu no chão, morto. – Ei. – Disse, se ajoelhando. Dulce estava mais lá que cá.

Dulce: Não sou... Não sou a espiã. Eu juro. Não sei... – A voz dela falhou – Não sei de nada.

Christopher: Shhh, não fale.

Dulce: Estou morrendo. – Disse, puxando ar. As vezes fugia a cabeça dela com quem ela estava falando, ou o que, mas então lembrava – Não consigo segurar muito... Muito mais. – A voz dela era baixa – Posso pedir algo?

Christopher: Dulce... – Suspirou.

Dulce: Fique comigo. – Pediu, ainda assim – Está tão frio. Eu estou com medo. Não me... Não me deixe sozinha aqui. Por favor.

Christopher a olhou, os olhos se inundando de novo. Não estava fazendo tanto frio, nada mais que o normal. Ela sentiu ele se sentando ao lado dela, pondo sua cabeça em seu colo, e quase sorriu. Sorriria se lembrasse como era. Christopher tocou o pescoço dela, ensangüentado, e suspirou. Estava febril. Ele apanhou a capa que trouxera pra ela (O que o fez descer da torre a inicio), e a cobriu.

Dulce: Obrigada. – Disse, suspirando novamente.

Christopher: Posso pedir algo? – Novamente ele estava chorando e ninguém via. Dessa vez ele não secou o rosto. Dulce assentiu uma vez só. – Não morra. – A voz dele falhou no final, mas ela não notou.

Dulce: Vou tentar, porque você pediu. – Ela respirou fundo – Se eu não conseguir... Me perdoe.

E ela dormiu. No primeiro impacto ele entrou em pânico, achando que ela não tinha resistido, mas ela suspirou. A noite foi tortuosa. Ele não fechou os olhos nem um segundo. A noite pareceu se arrastar, cada vez mais lentamente... Ele queria que ela acordasse. Tê-la mole daquele jeito não lhe trazia um bom sentimento. Ele só soube que amanheceu quando houve movimento do lado de fora. Logo entraram Robert, Christopher, Anahi e Alfonso, que não se aproximou. Ambos observaram a cena.

Alfonso: Sabia que estaria aqui. – Disse, se encostando na porta.

Christopher: O que vão fazer com ela? – Perguntou, meio que na defensiva.

Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondyOnde histórias criam vida. Descubra agora