Dulce ouvira o alvoroço e viera correndo, mas parara na porta. Robert estava em cima de seu cavalo... Mas o cavalo de Christopher estava livre, olhando levianamente para um canteiro de orquídeas que havia ali perto. Dulce hiperventilou. Demorou instantes até Robert vê-la parada ali, branca feito a morte. Ao encontrar o olhar dele ela avançou.
Dulce: Onde... Onde está? – Perguntou, olhando do cavalo de Christopher pra Robert.Robert desceu do próprio cavalo, revirando os olhos.
Robert: Mulher, se controle. – Disse, procurando graça – Está no quarto. – Dulce quase desmaiou. – Vocês são tão precipitadas! – Disse, observando-a.
Mas então a prova da precipitação desceu as escadarias do castelo correndo.
Kristen: ROBERT! – Exclamou, os cabelos longos ricocheteando enquanto ela segurava o vestido para correr.
E ela não se importou ao se lançar nos braços do marido. Não se importou por se chocar contra a armadura dele, nem por sujar o vestido luxuoso de sangue ou a pele de fuligem. Ela apenas o beijou. Ele a amparou nos braços, correspondendo seu beijo em uma frase que dizia: "Está tudo bem. Acabou.". Dulce não esperou para ver aquela cena romântica: Já estava correndo novamente. Destino? O quarto de Christopher.
Dulce entrou novamente sem bater. Christopher, que acabara de largar a armadura numa cadeira. Estava de calça e camisa sem botões. Os braços ainda protegidos pelos acessórios de metal. Descalço. Os dois se encararam por um instante longo, e ela correu na direção dele, lançando-se em seu pescoço, abraçando-o.Christopher a abraçou, mas não suportou o peso dos dois: Cambaleou, se amparando na cômoda com a mão. Ela o soltou, olhando-o de cima abaixo.
Dulce: O que há? – Perguntou, alerta.
Christopher: Eu me machuquei... Um pouco. – Ele viu o pânico nos olhos dela – Nada com que se preocupar.
Dulce: O que? Onde... – Ela parou ao puxá-lo de lado. Na lateral da camisa branca havia uma mancha vermelha enorme, que descia pela cintura dele, sumindo na calça preta. Ela ergueu a camisa pra se debater com o corte da espada. Dulce prendeu a respiração.
Christopher: Não é nada. Já estão vindo cuidar disso, eu chamei uma...
Criada: Com licença, senhor. – Disse, parada a porta.Dulce e Christopher olharam.
Christopher: Uma enfermeira. – Completou, apontando.
Dulce: Pode sair. – Ordenou, tomando o kit de primeiros socorros da mão da enfermeira. – Eu vou cuidar dele.
Christopher sorriu, divertido, e assentiu para a criada sair. Uma vez que ela saiu Dulce fechou a porta, parecendo ultrajada. Se desarmou após trancar a fechadura. Christopher engoliu o sorriso. Ela largou o kit em cima da cama e voltou até ele, voltando a olhar o ferimento.
Dulce: Está sangrando demais.
Christopher: Vai parar. – Disse, erguendo a mão pra tocar o rosto dela.
Dulce: Vá pro banho. – Ordenou, rasgando o tecido da camisa dele. Christopher deixou ela destruir sua camisa, divertido. Uma vez de peito nu ela o encarou – Ande, vá! Eu vou mandar prepararem algo para você comer. – Disse, e apanhou os braços dele, puxando os protetores de metal. – Vá. Eu vou cuidar de você. – Disse, tocando o rosto dele.Christopher, depois de ter passado por tudo o que passou, ansiou pelo carinho dela... Mas ela o despachou mancando pro banho.
A água queimou no corte dele, e no piso tinha a cor vermelho sangue. Demorou até ele terminar. Lavou os cabelos, e quando saiu havia uma muda de roupa para ele ali. Se secou e se vestiu. O ferimento ainda sangrava. Ele mancou de volta ao quarto, onde Dulce o fez comer até dizer: "Chega!". Agora ele estava de bruços na cama, sem camisa, e ela limpava o ferimento dele cuidadosamente com um algodão molhado.
Christopher: O que houve com o retrato de Rubi? – Perguntou, vendo o porta retratos sem vidro.
Epa.Dulce: Quando tu saíste eu fiquei ansiosa... – Ele esperou, ainda de bruços, e ela não podia dizer a verdade – Eu comecei a mexer em tudo e terminei derrubando o porta retratos. Perdão.
Christopher: Tudo bem, eu mando buscarem uma moldura nova. – Disse, e respirou fundo, acomodando o rosto no travesseiro. Agora lavado podia se ver um pequeno talho na sobrancelha dele, mas aquilo melhoraria por si só. – Tu sabes o que está fazendo? – Perguntou, por precaução, sentindo a fisgada fria da agulha atravessar sua pele.
Dulce: Sei, minha mãe me ensinou algo sobre algo. Você vai ficar bem. – Os olhos dela estavam atentos a linha na pele dele, dando o primeiro ponto. – Como foi?
Christopher: Ele não estava lá. – Disse, em um murmúrio frustrado. – Se esquiva como uma enguia, porque não me enfrenta de vez, já que comprou a briga?
Dulce: Porque sabe que tu o matarias sem contar até vinte. – Disse, puxando a agulha novamente. Christopher já fora suturado outras vezes, mas nunca vira ninguém fazê-lo com tanto cuidado, ou tanto carinho como ela. – É um covarde. E tu deverias se controlar, e não se jogar desse modo toda vez que ele pregar uma peça. Ficou histérico. – Disse, terminando o segundo ponto. – Me assustei. Tive medo de que não voltasse.
Christopher: Eu estava exaltado... Mas não muda a verdade do que eu te disse. – Disse, virando o rosto o máximo que podia para olhá-la. Dulce o encarou, hesitando por um momento, mas seguiu.
Dulce: Bia esteve exaltada a tarde toda, e custou a dormir. – Disse, puxando um novo ponto. O sangue começava a ceder ao curativo.
Christopher: Não mude de assunto. – Disse, e ela empurrou o rosto dele de volta no travesseiro. Ele não pôde evitar de rir.
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Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondy
Ficção CientíficaA guerra já durava 5 anos. Parecia que a paz jamais ia retornar, e as lembrança dela já eram tão distantes que nem pareciam mais ser reais. Quando tudo começou, Dulce ainda era menina. Não entendera direito. O rei Pablo envenenara a esposa do rei Ch...