capítulo 17.

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O sentimento de nostalgia é inevitável e invade meu peito com força total enquanto conduzo o carro pelas ruas de Barcelona até a faculdade

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O sentimento de nostalgia é inevitável e invade meu peito com força total enquanto conduzo o carro pelas ruas de Barcelona até a faculdade.

Minha mente me leva de volta para aproximadamente seis anos e meio atrás, quando fiz a minha matrícula na faculdade de fisioterapia.

Quando, na mesma medida, a alegria por estar seguindo algo que eu realmente queria e medo de não dar certo estavam presentes naquele dia — e durante outros momentos da minha vida acadêmica também.

Quando tudo parecia que não ia dar certo e eu queria desistir, mas no fim tudo se acertava e a paz habitava em meu coração por ter tomado a decisão certa de seguir nessa área.

Por ter tomado a decisão certa de seguir um dos meus maiores sonhos.

Por ter dado ouvidos ao meu coração e ao que sentia, e não ao que todos queriam.

Lembrar do passado nesse aspecto e pensar no agora é ver como a vida pode nos surpreender de formas que, muita das vezes, não imaginaríamos que poderia acontecer. Bom, pelo menos não com nós mesmos.

Em um dia, a possiblidade de desistir estava próxima de se tornar real. No outro, eu consigo me formar e me realizar na minha carreira, fazer minha pós-graduação em uma grande universidade espanhola e estou estagiando em um dos melhores e maiores clubes do mundo.

A vida pode não acontecer da forma que sempre planejamos, mas muitas vezes o plano que o destino tem para nós é bem melhor que o nosso.

As vezes, nós só precisamos confiar e descansar que todas as coisas — que realmente são para nós — irão acontecer.

Assim que desço do carro, após estacioná-lo em uma das vagas do estacionamento da faculdade, encaro meu corpo através do espelho e da lataria que me refletiam perfeitamente.

Minha calça de couro preta e minha blusa social branca — que tinha alguns babados ao redor dos botões e uma espécie de laço caído na altura do pescoço — combinavam perfeitamente com minha maquiagem leve e com os meus sapatos de salto alto.

Hoje é o dia da apresentação do meu trabalho final para a banca examinadora.

Hoje era, possivelmente, o meu último dia nessa faculdade.

O trabalho que marca que eu fui até o fim, sem desistir. O trabalho que marca todo meu esforço e dedicação.

O que, ironicamente, contrariou uma das expectativas do meu pai, que sempre disse que eu iria desistir no meio do caminho.

Ajeito alguns fios do meu cabelo, colocando-os no lugar — para que tudo estivesse perfeito — e caminho tranquilamente pelo pátio antes de entrar, de fato, no prédio da faculdade.

Me direciono até o auditório e sento-me em uma das cadeiras na parte debaixo.

A mesa da banca estava à frente das dezenas de cadeiras e o espaço na frente deles estava sendo designado para os alunos que fariam as apresentações durante o dia de hoje e de amanhã — já que eles dividiram a turma em dois grupos, mesmo não sendo muito grande.

Until I Found You | PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora