capítulo 7.

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Maya Rizzo Lima

Três dias.

Três dias inteiros se passaram desde a última vez em que Pedri e eu nos falamos.

Desde a última mensagem que eu mandei e, até agora, não obtive resposta.

E isso só me fazia ter ainda mais certeza da merda que eu tinha feito, porque eu e ele nunca ficamos tanto tempo sem nos falar.

Ele estava chateado e magoado.

Eu duvidei da sua palavra, do seu caráter e do sentimento que, todos os dias, ele fazia questão de demonstrar para mim de todas as formas possíveis.

Duvidei do cuidado, da paciência, do carinho por uma misera palavra de alguém que claramente não vale a pena.

Duvidar de alguém que faz tudo, como ele faz, foi uma das piores coisas que eu poderia ter feito.

E uma das coisas que eu mais me arrependo.

Era óbvio que o Pedri estaria desse jeito. Triste, magoado e se isolando.

E de maneira alguma eu poderia tirar sua razão. Se eu estivesse no lugar dele, provavelmente teria a mesmíssima atitude.

Ou até pior.

Mas a falta que ele estava fazendo no meu dia, era gigantesca. Maior do que achei que seria.

Ao ponto do meu coração acelerar ao ouvir o mero toque do meu celular, na esperança de que seja ele.

E na mesma proporção as batidas se regularizarem por não ver um "Cariño", que era como o contato dele estava salvo, toda vez que a tela do aparelho se acendia.

Me acostumei a falar com ele da hora que eu acordo até o último segundo antes de dormir.

Acostumei-me de, ao acordar, ver uma mensagem desejando que meu dia seja bom e especial, mesmo que em questão de minutos fôssemos nos ver no CT do Barcelona.

Mesmo que ele pudesse fazer isso só pessoalmente, ele fazia questão de fazer os dois.

Céus, que saudade.

E sentir tanta saudade assim, nessas circunstâncias, era totalmente culpa minha.

Porque foi um erro meu. Somente meu.

E é uma coisa que eu preciso consertar. O mais rápido possível.

O barulho dos atletas entrando no espaço em que nós, fisioterapeutas e massagistas estávamos, fez com que eu despertasse dos meus pensamentos e focasse no meu trabalho.

Eles estavam ali para fazer tratamentos de recuperação muscular, o que era comum depois de um treino ou uma partida.

Não fazendo isso os jogadores estariam correndo o risco de deixar a musculatura muito rígida e sob tensão, o que poderia causar uma série de lesões que os manteriam longe dos campos por um tempo considerável.

E ninguém quer isso. Nem eles, nem o clube, nem nós.

Todos os atletas tinham um profissional se dedicando exclusivamente a ele, existindo um revezamento entre nós já que cada corpo é um corpo e precisávamos entender o máximo possível as necessidades individuais de cada um.

Until I Found You | PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora