13- Testando o Escolhido

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(884 palavras)


Niobe se apresentou primeiro e Edolon respondeu, agora tinha um nome para si mesmo. Cyph estendeu a mão para ele e o observando, como se o lesse como um livro. E então, o Mestre chegou e abraçou Edolon com força, dizendo: "Sabia que chegarias até aqui, como previsto!"

Edolon queria fazer mil perguntas ao Mestre, mas antes de tudo, precisava saber como ele estava vivo. "A ilusão do olho é a mentira da mente, e tu precisavas de ver para crer", disse o Mestre na sua voz calma, antes de explicar que a frequência musical pode transformar a visão que temos da realidade para sempre. E então, o Mestre perguntou a Edolon como ele havia arranjado o seu nome.

Niobe interrompeu naquele momento, lembrando Edolon que ele era o motivo pelo qual ela havia perdido o rastro da Dama de Vermelho. O tempo estava se esgotando e eles precisavam dele. "Sim, tens razão!", concordava o Mestre, antes de pedir a Edolon que mostrasse o bilhete e o violino que estava com ele.

Edolon retirou os objetos da sua mochila e bolsa, colocando-os sobre a mesa. O Mestre o puxou para o centro do salão, enquanto os outros observavam atentamente. "Fica aí, Edolon", disse o Mestre, afastando-se.

O mestre, ergueu os braços ao alto e então, o violino e o bilhete encetaram uma rotação cada vez mais rápido em torno de Edolon, até iniciarem a descida, em espiral em direção a ele. O violino embateu na sua cabeça com força, jogando-o ao chão, enquanto o bilhete pousou no seu peito. Triny caminhou até ele, segurando a sua cabeça nos seus braços e confortando-o com a sua voz suave. Ela passou a mão sobre a sua ferida e começou a sarar milagrosamente, emitindo uma aura dourada, onde a ferida se encontrava.

O Mestre sempre acreditou na sua habilidade de julgar as pessoas corretamente, mas quando o violino e o bilhete não incorporam em Edolon, ele começou a duvidar de si mesmo. Ele nunca errava, com os mágicos, mas agora sentia dúvidas e emoções desconhecidas. Ele se perguntou se havia perdido a oportunidade de encontrar o verdadeiro escolhido e se havia se enganado em algum outro aspeto. Apesar do seu orgulho, o Mestre começou a sentir a sua autoconfiança abalar.

O Mestre saiu, do salão, Cyph o seguiu, depois Niobe e Triny por último, ficando apenas Edolon no salão.

Edolon, observava-os como personagens de um livro. Sem emoções adicionais, apenas fascínio a fitar. Como aquela cena se desenrolaria, um olhar vazio, ausente de experiência para opinar. Queria dizer algo, mas o quê? Sem lembrança emocional vívida, nenhuma memória acesa, para proteger a sua identidade, ou tentar que o ambiente seja mais sereno. É assim, a vida de quem segue sem passado, sem traços de emoção que guiem a voz.

Tryny fechou a porta do salão, Niobe já estava encostada à parede, esperando o momento para intervir, olhando para o Mestre que ainda estava alterado. Enquanto Chyph, algo nervoso, confrontou Triny.

Chyph: (Nervoso) Eu não confio nele, Triny. Ele apareceu do nada e agora se aproxima de você como se fosse um messias.

Triny: (calmamente) Por que você está com ciúmes? Ele é apenas uma pessoa normal que apareceu na hora certa.

Cyph: (Exaltado) É exatamente por isso que não confio nele! Ele está se aproveitando da situação. E você, por que está tão confiante? Ele não é nada além de uma simples coincidência.

Triny: (Impaciente) Você está a ser paranoico. Edolon é uma pessoa boa.

Cyph: (Com raiva) Não posso acreditar que você esteja a defende-lo.. Eu estive aqui o tempo todo, sempre protegendo você. Por que você não olha para mim da mesma forma que olha para ele?

Triny: (Com paciência) Você está a ser irracional. Ele tratado de tratamentos, estava ferido. Eu sei que você sempre me protegeu, mas agora precisamos confiar nas pessoas que aparecem na nossa vida.

Cyph: (Com espiritualidade) Eu não vou deixar que ele te prejudique. Eu vou descobrir o que ele é, porque não há ninguém sem veneno dentro de si.

Tryny: (Desesperado) Por favor, pare com isso. Edolon é uma boa pessoa e não há motivo para duvidar dele. Não quero que a nossa amizade seja prejudicada devido a um simples mal-entendido.

Niobe lançou um olhar ansioso para Cyph e Triny, interrompendo a discussão antes que escalasse ainda mais. Ela tinha um trabalho importante a fazer, e não podia permitir que os seus companheiros se distraíssem.

"Chega disso", disse Niobe com a sua voz rouca. "Precisamos nos concentrar no que realmente importa. Temos que encontrar a Dama de Vermelho antes que seja tarde demais."

Então Triny se dirigiu ao Mestre, que se mantinha a andar de um lado para o outro. "Oraca apareceu ontem no meu sonho, e disse-me que o escolhido estaria a chegar, e quando ele chegasse eu soltaria uma lágrima, e foi isso que aconteceu com Edolon, assim que ele falou comigo", disse Triny sussurrando ao ouvido do Mestre.

"Que mais, Oraca, lhe disse?" indagou o Mestre, mas Triny respondeu ser algo pessoal.

Uma energia serena invadiu o Mestre, ele não poderia permitir que a sua autoconfiança fosse abalada tão facilmente. Então, ele se esforçou para acreditar que Edolon ainda poderia ser o escolhido.

Não, não pode ser! - exclamou o Mestre. - Talvez Edolon possa dominar todos os princípios herméticos, em vez de apenas dois.- disse o mestre enquanto se dirigia novamente para a porta do salão.

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