Marco - where it hurts the most

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Eu nunca fui o que as pessoas chamam de gênio. Meus punhos sempre funcionaram bem melhor que o meu cérebro e isso nunca atrapalhou o caminho na qual eu escolhi, mas agora isso está sendo um pé no saco.

Se eu ao menos soubesse muito sobre medicina eu teria tanto assunto quanto ela tem mas como eu só sei o básico então preciso conviver em observar o sorriso animado dele com as respostas inteligentes que ela dá para suas perguntas.

- O quê aconteceu filha? Você não é tão quieta assim - A voz do pai me tira dos meus pensamentos e volto meu rosto para encarar o seu.

- Eu estou bem , é só que...- Ele aponta para que eu sente ao seu lado e eu silenciosamente obedeço.

Eu sempre amei esse costume meu com o pai , ele sempre notou quando eu estava com um problema mesmo que eu não abrisse a boca e mesmo que às vezes eu não conseguisse contar o que aconteceu , eu sempre estava lá sentada ao seu lado com um silêncio relaxante entre nós e alguns cafuné pelos meus cabelos.

- É o marco ?- Eu o olhei assustada e ele ri alto com minha expressão que não deixava dúvida que a resposta era sim.

- Estava tão na cara assim ?-

- Vamos dizer que não é todo mundo do barco que fica encarando o mesmo e suspirando , sem falar que o Ace não deixa passar nada do seu "radar" - Droga, bem que isso tinha a cara dele , aquele fofoqueirinho não perde nenhuma oportunidade mesmo - Porque não tenta se aproximar mais dele? -

- Não é tão fácil assim quando se tem uma bonitona inteligente ao lado dele por todos os cantos- Já que Ace tinha feito o grande favor de abrir a boca , eu decidi chutar o pau da barraca e contar tudo de uma vez - Se ao menos eu fosse como ela , eu-

- Nem complete essa frase , você está boa do jeito que está e pode não saber muito de medicina mas não deixa de ser minha garota inteligente em outras coisas - Outra coisa que eu amava no pai, os olhos dele brilhavam quando falava dos seus filhos e seu olhar para mim estava exatamente assim.

- Oh! S/n eu tava te procurando, você não disse que estava se sentindo mal ? Acabei de arrumar o consultório então posso te examinar-

Isso não pode ser verdade , isso é uma grande piada com a minha cara , eu esqueci que menti hoje mais cedo sobre estar com dor só ficarmos a sós no consultório. Eu não estou preparada pra me declarar com uma cantada ruim , não agora!

- Na verdade , tô ocupada com o Pai , podemos deixar isso pra lá, até já passou-

- Passou ? Você tá suando frio e claramente está tremendo - Merda de ansiedade, porque você precisa deixar tão na cara que eu quero sair daqui.

- É melhor você a levar , segundos atrás ela estava reclamando de algumas dores mesmo - Eu olho para o pai em pânico e ele só me dá uma piscadela e um sorriso enquanto Marco segurava minha mão me guiando até a sala.

A cada passo que eu dava , aí sim eu começava a sentir sintomas que antes eram inexistentes , e definitivamente era um ataque cardíaco.

Ele abre a porta e gesticula para que eu entre primeiro.

- Fiquei tão preocupada quando o Marco disse que você estava mal !-

DROGA , MERDA E TODAS AS PALAVRAS RUINS POSSÍVEIS. O QUE ELA TÁ FAZENDO AQUI ?.

Eu sento no banquinho de madeira antes que eu caia. Meus planos não só tinham ido pro ralo , agora eles foram queimados , atropelados cinco vezes e depois pro ralo.

- Espero que não se importe de eu observar tudo de pertinho , queria ver como o Marco trabalha - Não, não eu te conheço muito bem , você só odeia a possibilidade de ficarmos sozinhos em algum lugar , tanto é que segue ele para todos os cantos possíveis , mas como eu não estava nos meus dias mais ousados , eu só acenei com a cabeça em confirmação.

- Na verdade , eu ia pedir para você nos deixar a sós, pode ser algo delicado e detalhado - Seu rosto surpreso era muito nítido e sem nem um pingo de vontade ela vai andando devagar em direção a saída - Bem , que tal começarmos o exame com você me contando o que está sentido ?-

Ele puxa um banquinho e se senta junto a mim , a pouca distância faz o meu coração acelerar mais rápido e antes que eu pudesse ter uma reação o seu estetoscópio estava direcionado a minha caixa torácica.

- Seu coração está batendo muito rápido e suas bochechas estão consideravelmente vermelhas , talvez eu possa ter uma ideia do que seja , mas vai ajudar se você me falar - O óculos vermelho em cima da bancada é colocado em seu rosto para que ele pudesse buscar doenças relacionadas a esses sintomas. E droga, como ele ficava atraente de óculos.

- Bem... A-a verdade é que..- As palavras simplesmente não saiam, eu sempre fui tão forte e decidida mas tô aqui na frente do homem que eu amo toda tímida. QUE ÓDIO.

- Hm então tem gaguejamento como sintoma , certo acho que já tenho o nome do problema e da solução - Ele retirava o óculos o colocando de volta na bancada junto com o livro que estava em suas mãos- Vamos primeiros para a solução-

Em menos de um piscar de olhos seus lábios encostaram em minha testa e eu o encaro sem reação.

- Talvez não tenha sido o suficiente - Seus lábios então vão em direção a minha bochecha e eu mal tenho tempo para reagir , não que eu fosse impedir.

- Mas o quê? Porque ? Como?-

- Acho que essa doença deixa as pessoas mais lentas mas pode deixar que seu médico sabe como ir direto ao ponto -

- D-direto ao ponto?- Ele afirma e aproximava cada vez mais o seu corpo do meu - Isso quer dizer que você também...?- as últimas palavras não saíram mas pelo sorriso travesso em seu rosto ele claramente entendeu.

- Entendeu porque estamos sozinhos ?-

- Talvez, acho que vou precisar que você seja mais específico- Retiro o que disse, hoje é meu dia ousado.

Ele volta a se aproximar mas dessa vez segurando firme a minha cintura, nossa e como isso me arrepia.

- Vou certificar de ser bem específico para que não haja mais dúvidas-

Seu beijo era profundo mas gentil ,era incrível e muito melhor do que eu pensava.

- Você quer saber de um segredo meu amor? - Seu rosto se aproxima da minha orelha para sussurrar algo mas eu ainda estou processando ser chamada de "meu amor" - Eu estou a muito tempo com essa doença chamada amor, e é a primeira doença que eu não tenho a mínima vontade de curar-

- Mas e a- Seu dedo indicador vai em direção a minha boca , interrompendo a minha fala

- Nunca teve outra, sempre foi você -

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A pedido de : Eu não achei aonde vc pediu, dslp pessoinha
Foi divertido escrever ent espero q também gostem :)

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