O dia em que tivemos A Aula

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Prestem atenção nos detalhes desse cap, nessa altura do campeonato já aconteceram algumas coisas que vcs ainda não sabem e elas jestão começando a aparecer 👀

Abril de 1993

Já aconteceu de você cortar o dedo com papel? Comigo já. E esse, na minha concepção, é o pior tipo de machucado que se pode ter. Eu prefiro machucados maiores, que ficam com casquinha e tudo mais.

Agora você deve está pensando: "Nossa, você é muito louco, Minho, eu hein! Tá forçando pra ser o diferentão, ou é masoquista!", mas sinto lhes informar que não é nenhuma das duas opções - embora eu goste um pouco de sentir dor em momentos específicos... opa! Não falei nada -, eu vou explicar meu raciocínio, calma.

Quando se tem ferimentos maiores, o cuidado também será maior. Você lembrará que precisa passar pomada na área machucada, se preocupará para não molhar, ou passar algum produto tóxico e etc. Mas com cortezinhos pequenos, não! Você geralmente não sabe nem como os conseguiu. E como você descobre? Isso mesmo, quando você vai tomar banho e começa a arder, ou quando passa perfume na região e a lágrima escorre. Ou seja, em situações específicas, mas não raras.

"Por quê tu tá falando tudo isso, Minho?" Porque, coincidentemente, quando você faz alguma coisa errada, fica sentindo o mesmo tipo de dor. Mas ao invés de ser no dedo, é na consciência.

Sempre que você vai fazer algo comum que não exige muito esforço do seu cérebro, sua consciência vai estar lá para lhe lembrar o pecado que você cometeu. Podem ser coisas de anos atrás, ou recentes.

E bem, naquela segunda-feira acho que minha consciência tinha acabado com o estoque de uma papelaria só cortando o dedo.

- Por que você tá com essa cara, hyung? - Jeongin me perguntou na hora do almoço.

- Hoje tem aula do Bang Chan. - respondi tristonho, com a cabeça sobre o braço que estava apoiado na mesa.

- E o que tem? Você não gosta da aula dele? - franziu o cenho, colocando o chopstick de volta no prato de plástico.

- Não, não é isso. - balancei a cabeça e passei as mãos no rosto. - É que eu tô me sentindo mal, sabe? Pelo que a gente fez.

- Mas, Hyung, ele não sabe...

- E é por isso que eu tô me sentindo mal, Innie! - o fitei. - Não gosto de ser enganado, então eu não deveria enganar os outros.

Jeongin pareceu se perder em pensamentos, provavelmente pensando no que me aconselhar.

- E o que você vai fazer? - indagou por fim.

- Acho que vou contá-lo. - ele arregalou os olhos. - Mas calma, vou dizer que foi apenas eu, não vou dedurar vocês. - tentei acalmá-lo, mas seu semblante não melhorou.

- Você acha mesmo que deve fazer isso? Por que você vai procurar problema?

- Não é procurar problema, é ficar com a consciência tranquila. - sorri fraco.

- E sua consciência vai ficar tranquila depois de contar a ele?

- Tenho quase certeza disso. - concluí. Jeongin assentiu, me compreendendo e logo depois voltou a colocar um pouco de arroz na boca.

- O que tão fazendo de bom? - Felix apareceu do nada.

- Comendo. - respondi.

E assim, o almoço passou voando e quando vi, Bang Chan já estava entrando na sala de aula, arrastando um quadro negro móvel todo felizinho.

Coração Desastrado - MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora