Maio de 1993
- Eu estou ferrado, eu estou ferrado, eu estou ferrado, eu estou muito ferrado! - eu dizia andando de um lado para o outro no meu quarto, apertando meus cabelos entre os dedos e quase tendo um surto psicótico.
- Calam, 'saeng, senta aqui. - Suk chamou, indicando a cama.
- Calma, Lee Jong Suk? CALMA?!
- Ei, ei, não grita. - se levantou e veio até mim, me abraçando.
- Você não ouviu o que ele falou, não, hyung? Ele teria coragem de me matar. Matar! - comecei a chorar contra seu ombro e me agarrei ainda mais nele. - Por favor, nunca conte pra ele, por favor, por favor. Eu te imploro.
- Eu nunca faria isso, maninho. Embora ainda ache que você vai sofrer bastante por causa desse namoro, eu estou aqui pra te apoiar, estou do seu lado. - ele me afastou pra me olhar e sorriu amigável. - Eu nunca vou contar pra ele, tá bom? Nem pra ninguém.
Limpou minhas lágrimas com os dedos, enquanto eu fungava tentando controlar o choro.
A porta foi aberta e Jeongin passou por ela, em um verdadeiro casulo com a toalha.
- Frio, frio, frio, frio, frio... - repetia a cada passo que dava, abrindo descaradamente meu guarda-roupas, procurando algo pra vestir. - Vou pega esse, tá? - me mostrou um conjunto moletom preto.
Apenas assenti.
No dia seguinte, me levantei cedo como sempre fazia, escovei os dentes, tomei banho e fui em direção ao quintal para pegar minha bicicleta, ao chegar lá, Jisung me esperava com um sorriso enorme no rosto.
- Bom dia, meu amor! - e abriu os braços.
Eu quase desmaiei com aquele "meu amor", nunca iria me acostumar...
Corri até ele e o apertei bem forte em meus braços. Havia passado a noite toda com medo de perdê-lo, então eu tinha que aproveitar enquanto ele estava ali na frente.
- Tá tudo bem, Minho? - falou depois de alguns minutos que eu passei lhe apertando.
Fiz que não com a cabeça.
- O que aconteceu?
- Meu pai disse que ia separar a gente...
- Você contou pra ele?! - ele quase gritou, se afastando para me olhar com os olhos arregalados.
- Não. - respondi e ele pareceu voltar a respirar. - É só que o Jeongin apareceu aqui em casa, porque foi expulso da dele depois que a dona Yang ficou sabendo da gravidez...
- Meu Deus, sério? Como ele tá?
- Dormindo.
- Ah, é mesmo? Não me diga! - ironizou.
- Se sabe, por que pergunta? - arqueei uma sobrancelha e ele revirou os olhos. - Enfim, não sei como o assunto chegou nisso, mas quando eu tava voltando do quarto, ouvi meu pai dizendo que se tivesse um filho gay, teria coragem de expulsá-lo e até matá-lo. Fiquei com tanto medo, Ji! - e voltei a abraçá-lo, sentindo vontade de chorar novamente.
- Oh, meu amor... - ele me apertou um pouco, antes de se afastar somente para nossos rostos ficarem frente a frente. - Eu não vou deixar ninguém te matar, minha travessurinha.
- E o que você vai fazer?
- Vou aprender a lutar caratê, ra-yá! - e imitou movimentos de luta, eu comecei a rir, descontroladamente. - Quero ver quem vai ter coragem de mexer com meu namorado. - e continuou com os movimentos.
Dessa vez, ele veio pra perto, cutucando minhas costelas com a palma fechada, como se estivesse me batendo, mas na real só estava fazendo cócegas mesmo.
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Coração Desastrado - MinSung
FanficEm seu aniversário de 25 anos de carreira, Lee Minho, um escritor renomadíssimo, decide escrever sobre as experiências que passou em sua adolescência. Minho em seus 17 anos, só fazia três coisas em sua vida: estudava, lia e escrevia. Ele era muito b...