O dia frio

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Junho de 1993

O mês de junho já começou repleto de provas. Estávamos quase ficando loucos, mas comemorávamos quando lembrávamos que teríamos o próximo mês inteirinho de férias.

A escola decidiu manter o professor Chan, após uma votação entre os pais e a maioria votou por sua permanência, então assim foi feito.

Evitou muita confusão, viu? Porque já estávamos planejando fazer greve - parar de ir para a escola.

Enfim, éramos loucos.

Já era o final do dia e eu e Jeongin estávamos indo para casa. Ele ainda estava morando comigo, pois não tinha conseguido nenhum emprego. E Yeri estava na casa de Yuna, porque lá tinha mais espaço.

Ela se aproveitou das aulas de culinária e passou a vender lanches e doces na escola e com esse dinheirinho já conseguia ir comprando o enxoval da - conseguiram ver o sexo - bebêzinha.

Ao entrarmos em casa, encontramos meu pai batendo cabeça com uma "mini-televisão" no colo e diversos cabos emaranhados ao seu redor.

- O que é isso? - perguntei, vendo toda aquela bagunça.

- Já não bastavam terem comprado essa merda que ninguém aprendeu como funciona, agora compraram essa outra coisa aqui que cospe papel, simplesmente porque têm preguiça de transcrever uma ata à mão - disse, bagunçando os cabelos e bufando estressado, enquanto apontava para uma máquina esquisita que estava ao seu lado no sofá.

- Não entendi nada - falei.

- O senhor tá querendo imprimir uma ata? - Jeongin perguntou.

- É, isso! Esse é o nome que eu tava tentando lembrar - meu pai exclamou. - Você entende dessas coisas? Porque eu tô tentando ligar essa bosta à horas e nada.

- Senhor... - ele sorriu amarelo. - O senhor precisa ligar na tomada e conectar a CPU...

- Cu de quem? - ele franziu as sobrancelhas e eu não consegui segurar a gargalhada.

- Tem alguma mesa onde a gente possa instalar o computador? - I.N perguntou.

- Vamos lá no meu quarto.

E eles saíram.

Bom, Jeongin sempre foi um gênio para esses negócios de tecnologia, então não me surpreendeu ele saber ajustar o computador do meu pai. Embora, fosse uma coisa fácil, naquela época as pessoas mal sabiam o que era um computador, então ele saber ligar, conectar a CPU e a impressora, já era muito.

Spoiler: Hoje em dia ele tem sua própria empresa voltada ao ramo de tecnologia. Não sei explicar como funciona porque nunca fui bom com essas coisas, mas sei que foi ele quem fez o meu notebook, então por aí vocês tiram.

Fui tomar banho e quando voltei para o quarto me surpreendi com Jisung sorrindo pra mim na janela, foi até meio assustador, já que tava em clima de chuva e tudo escuro lá fora, ele parecia uma assombração me observando.

Agora que meu irmão sabia sobre a gente, ele perdeu o medo e virou costume seu aparecer na minha janela de vez em quando.

- Meu amor, não era pra você tá trabalhando? - coloquei apenas uma cueca e me encostei na janela para conversar com ele.

Antes de me responder, ele me roubou e beijinho e sorriu.

- Fui liberado mais cedo. O restaurante tava vazio por causa da chuva, então o senhor Kim fechou - ele deu de ombros.

- Ah, que pena... você quer entrar um pouco?

- Seus pais não estão?

- Estão. Mas meu pai tá resolvendo um negócio no computador e acho que minha mãe tá tirando um cochilo, então tá suave.

Coração Desastrado - MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora